Presente no encontro anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) com o Banco Mundial, que em 2015 acontece em Lima (Peru), o ministro da Fazenda Joaquim Levy afirmou que a receita para a recuperação econômica do Brasil passa por "dizer a verdade". De acordo com ele, transparência é essencial para o bom funcionamento das democracias. "A melhor maneira é ser claro com sua politicas, com os desafios e como chegar lá. A maioria das pessoas entende quando você está falando a verdade", ressaltou.
Durante sua participação em um painel do encontro, Levy recebeu muitas perguntas do jornalista britânico Richard Quest, que também não deixou de fazer comentários irônicos sobre os desafios enfrentados pela economia do Brasil. A diretor-gerente do FMI, que também participou da sessão desta tarde, apoiou o discurso do ministro brasileiro. "O que ele está tentando fazer é reforçar e restruturar um clima amigável para os negócios, para que o investimento continue. Dizer a verdade, quais são as medidas necessárias. Isso e uma receita para melhora, sem dúvida", enfatizou a economista.
Levy também afirmou que qualquer país que sofre um choque entra em recessão, lembrando a desaceleração por que passa a economia chinesa. "Peguem a China: 2% do nosso PIB vem de exportações para China. Então há repercussões no mundo todo. Temos agora, por exemplo, reservas internacionais que não tínhamos antes. Então, acho que esses países [da América Latina, incluindo o Brasil] estão recebendo os choques e digerindo", argumentou.
Neste sentido, o ministro apostou na flexibilidade do Brasil para responder aos choques globais. "Nós não temos problemas no nosso setor financeiro. Não temos bolhas", afirmou. Por fim, ele elogiou a maneira com que o Federal Reserve vem conduzindo a política monetária americana. Parra ele, o aumento da taxa de juros deve ser gradual e todos têm que estar preparados quando ele acontecer. A expectativa do mercado é que, quando o Fed efetivar a elevação, a aversão ao risco marque o comportamento de investidores. Com isso, as economias emergentes são as que mais sofrem.
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Por Ana Siqueira