O Ibovespa emplacou mais um pregão de alta nesta quarta-feira (7), mesmo após o petróleo virar para a queda e o governo brasileiro ter outra derrota, com novo adiamento da análise dos seis vetos presidenciais restantes. O índice marcou o sétimo dia consecutivo em terreno positivo, marcando sua maior sequência de altas diárias desde março de 2014. No fechamento, ele subia 2,47%, aos 48.914 pontos. Desde o início do rali, ganhos somam 11,28%. A cotação do dólar absorveu o cenário de incertezas políticas com mais força e passou a cair após a falta de quórum no Congresso; a moeda terminou a sessão sendo vendida a R$ 3,8771, alta de 0,88%.
O dólar chegou a operar abaixo de R$ 3,80, dando continuidade aos três dias consecutivos de baixa, mas, com as mudanças no noticiário, o posicionamento de aversão ao risco voltou a operar no câmbio. Nem as expectativas de que o Federal Reserve adiarão mais uma vez a alta dos juros norte-americanos foram suficientes para segurar a valorização do real frente ao dólar. Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade à rolagem de swaps cambiais com vencimento em novembro. Até agora, o BC já rolou US$ 2,046 bilhões - cerca de 20% do lote total, que corresponde a US$ 10,278 bilhões.
Além do adiamento da análise dos vetos da presidente Dilma Rousseff, a avaliação do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre as "pedaladas fiscais", prevista para as 17h de hoje, continua no radar dos investidores. As discussões envolvendo a postura de Augusto Nardes, relator do processo, aumentam a polêmica sobre o assunto. O pedido do governo para que a análise também fosse adiada foi negado pelo ministro Luis Fux. Com isso, a tensão a respeito da ação do PSDB que pede a cassação da chapa Dilma-Temer por irregularidades na campanha de 2014 aumenta.
Do lado econômico, hoje a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mostrou uma elevação de 0,54% em setembro. O mercado esperava algo em torno de 0,52%. Também continuam os rumores de uma possível saída de Joaquim Levy do ministro da Fazenda.
Em destaque no Ibovespa, as ações da Petrobras minimizaram seus ganhos, que chegaram a até 11%, após dados de estoque de petróleo nos EUA. Acompanhando a cotação do barril, os papeis ordinários (PETR3) da estatal fecharam a sessão em alta de 5,16$, para R$ 10,40, enquanto os preferenciais (PETR4) subiram 3,42%, a R$ 8,47. A Vale (VALE3, R$ 20,15, +10,05%; VALE5, R$ 15,85, +6,23%) também teve bom desempenho, assim como tem acontecido nos dias em que os mercados chineses ficaram fechados, em função de um feriado nacional. A partir de amanhã (8), as bolsas do gigante asiático voltam a funcionar.
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Em Wall Street, o Dow Jones Industrial teve alta de 0,73%, para 16.912,29 pontos. O seletivo S&P 500 avançou 0,8% e o índice composto da Nasdaq avançou 0,9%. O mercado norte-americano foi impulsionado pelo desempenho das companhias do setor de saúde. Investidores também estiveram à espera da nova temporada de resultados empresariais.
Europa em alta: setores automotivo e de mineração puxam bolsas
As principais bolsas europeias fecharam o pregãoem leve alta, sustentadas pelos setores automotivo e de mineração, que receberam uma série de recomendações positivas do banco Morgan Stanley. As ações da Volkswagen dispararam 7,12% após uma entrevista do novo executivo-chefe da montadora, Matthias Muller. O alemão detalhou seus planos para enfrentar a crise da empresa. Com isso, papeis da Renault (+6,78%), Porsche (+5,35%), BMW (+4,28%) e Daimler (+2,35%) também subiram.
Dentre as mineradoras, a Anglo American avançou 9,98%, com o Morgan Stanley elevando sua recomendação para a companhia. Sua avaliação passou de "underweight" para "equal weight". O banco também elevou seu parecer sobre Rio Tinto e BHP Billiton - ambas de "equal weight" para "overweight". As ações da Glencore também tiveram elevação significativa (+5,22%), após a companhia anunciar que fechará sua mina de platina Edland, na África do Sul. Mesmo que resulte na demissão de 970 pessoas, a decisão ajuda a controlar as dívidas da empresa.
No fechamento, o índice pan-europeu Stoxx 600 subia 0,14%, para 360,93 pontos. Longe das máximas do dia, o FTSE 100, de Londres, teve valorização de 0,16%, aos 6.336,35 pontos. Em Frankfurt, o Dax subiu 0,68%, aos 9.970,40 pontos. A bolsa de Paris avançou 0,14%, aos 4.667,34 pontos, enquanto a de Madri apresentou elevação de 0,66%, para 10.170 pontos.
O possível adiamento da alta dos juros norte-americanos continuam influenciando o bom humor dos mercados europeus, que operam em terreno positivo desde a última sexta-feira (2). Neste dia, foram divulgados dados referentes ao mercado de trabalho dos Estados Unidos que frustaram as expectativas de analistas, aumentando as expectativas em relação à política monetária do país.
A quarta também trouxe notícias da produção industrial alemã que caiu 1,3% em agosto, na comparação com o mês imediatamente anterior. Ontem (6), o Ministério da Economia da Alemanha havia informado que as encomendas à indústria caíram 1,8% na comparação entre agosto e julho. O acúmulo de notícias negativas em relação à maior economia da zona do euro eleva a probabilidade, na avaliação de analistas, de que o Banco Central Europeu (BCE) amplie seu programa de compra de ativos até o fim de 2015.
Tóquio fecha em alta de 0,75%
As bolsas asiáticas encerraram o pregão em alta. Em Hong Kong, o Hang Seng fechou em forte alta de 3,13%, aos 22.515,76 pontos; em Tóquio, o Nikkei 225 avançou 0,75%, aos 18.322,98 pontos; em Cingapura, o Straits Times subiu 2,14%, aos 2.959,29 pontos; em Taiwan, o Taiwan Weighted teve alta de 1,20%, aos 8.495,23 pontos; e em Seul, o Kospi avançou 0,76%, aos 2.005,84 pontos.
As bolsas de Xangai e Shenzhen permaneceram fechadas, devido a um feriado nacional que teve início na última quinta-feira e vai se estender até esta quinta-feira (8).
Por Ana Siqueira