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Perda do grau de investimento pode levar à nova elevação da Selic

Para analistas, ata divulgada pelo Copom na manhã desta quinta já está defasada

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Com a perda de seu grau de investimento pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s, o Brasil roubou as atenções do mercado internacional nesta quinta-feira (10). Continuam no radar dos investidores as preocupações em relação à economia chinesa e à próxima reunião do Fed, que avaliará a política monetária dos Estados Unidos, mas a notícia central passa a ser a entrada brasileira em terreno especulativo.

Como resultado, o dólar já opera em alta e o Ibovespa, em baixa. Para analistas, isso significa que, mesmo esperado, o downgrade ainda não estava totalmente precificado pelo mercado. “Uma vez que a S&P havia mudado a perspectiva do rating para negativa no final de julho, a expectativa era de uma nova revisão somente no final de outubro. Sendo assim, acreditamos que a surpresa com o timing do rebaixamento pode levar a um relativo stress nos ativos brasileiros”, afirmou a Gradual Investimentos em nota. 

>>> Nota da Standard & Poor's gera reação em cadeia na economia

Na visão de economistas da Rico Corretora, cenário amplia as “projeções para nova elevação da taxa de juros no país na próxima reunião do Copom, além de elevar a pressão para a saída do ministro Joaquim Levy”. A Gradual enxerga movimento semelhante. “Apesar da manutenção da taxa Selic e a explicitação da intenção do BC de manter esse patamar, os prazos mais curtos que já precificaram esse cenário, estão precificando com probabilidade relevante que o BC deve voltar a elevar juros ainda esse ano. Vale ressaltar que a curva de juros que ficou negativamente inclinada desde novembro de 2014 voltou a ficar flat nos últimos dias”, afirmou a consultora.

Na manhã de hoje, o Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou a ata de sua última reunião, na semana passada, que manteve a taxa Selic em 14,25%. Na análise da Rico Corretora, perda do selo de bom pagador traz certa defasagem ao documento. Em sua ata, o Comitê afirma que o câmbio de referência passou de R$ 3,25 para R$ 3,55 e que a projeção de inflação para 2016 caiu, chegando próxima à meta. O Copom também mencionou a alta do desemprego, mas ressaltou que existem melhorias nos resultados do setor externo.