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Em evento em SP, Levy destaca que economia está se reequilibrando

Para ministro, investir no Brasil voltou a ser atraente

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Nesta sexta-feira (14), durante evento da Amcham, em São Paulo, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que  a economia está se reequilibrando e que investir no Brasil voltou a ser atraente. “Havia um crescente déficit nas contas externas. A balança começou a ter superávit, investir no Brasil voltou a ser atraente, vemos grandes investimentos imobiliários, a gente vê uma recuperação no setor externo absolutamente fundamental", afirmou.

De acordo com Levy, a agência de classificação Moodys levou isso em conta ao decidir pelo rebaixamento da nota do Brasil, de "Baa2" para "Baa3", mas com perspectiva estável.

Contudo, o ministro destacou que ainda há muito trabalho a ser feito em relação ao ajuste fiscal. “A deterioração (das contas públicas) dos últimos anos é muito significativa e a gente não pode brincar com isso. Tem a questão da dívida, o custo pode ser alto para a sociedade e para as empresas. Tem que ter priorização na área fiscal forte. A presidente está convicta disso e tem tido coragem de colocar sua popularidade em segundo lugar e tomar as medidas para o país continuar avançando”, disse.

Levy destacou que o déficit estrutural vinha se deteriorando desde 2012. “A gente estancou essa deterioração para voltar a melhorar. O ajuste fiscal é indispensável, a gente tem que melhorar e temos esse desafio pela frente. Mas aquela deterioração foi estancada e vamos continuar com esse trabalho.”

O ministro também comentou sobre energia elétrica, afirmando que o governo teve coragem ao fazer os ajustes, o que contribuiu para reduzir o risco de racionamento e deu um novo fôlego às distribuidoras. “E continua trabalhando os preços que refletem uma capacidade de poupança para continuar investindo”, completou.

Levy falou também sobre a reforma do ICMS, reforçando que ela se tornou ainda mais necessária. “O risco da morte súbita não vem da reforma do ICMS, vem da inércia. Os ministros do STF já indicaram que podem dar uma súmula que torna todos os benefícios [dados às empresas para se instalarem nos estados] inconstitucionais. O real risco está em não fazer nada e as empresas perderem seus benefícios”, disse.

O ministro voltou a defender que se tribute apenas o valor agregado, seja na indústria, comércio ou serviços, defendendo a simplificação da tributação das empresas. “Começa no ICMS, calibra a alíquota por um ano, dá uma nova calibrada, leva para o PIS/Cofins, e quando estiver tudo junto, transforma em imposto único de valor agregado”, disse.

Joaquim Levy comentou também sobre a Petrobras, reforçando que os riscos foram reduzidos. “Lidou-se com muita clareza", disse, destacando que a estatal criou solução com base na transparência para ajustar o que fosse necessário.

“O preço do petróleo caiu pela metade, mas [a Petrobras] está encontrando caminhos para ser uma empresa mais ágil e focada em seu mercado-chave”, afirmou citando também os desinvestimentos feitos nas áreas de óleo e gás para atrair novos investidores, como a ocorrida na BR Distribuidora.