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Austin rebaixa rating soberano do Brasil para 'BB+' em moeda estrangeira

Reclassificação acontece após redução da meta fiscal do governo

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A agência de classificação de risco Austin Rating anunciou nesta quinta-feira (23) que rebaixou a nota de crédito de longo prazo do Brasil em moeda estrangeira de 'BBB-' para 'BB+'. Com isso, o país perdeu o grau de investimento pelos parâmetros desta escala. Em moeda local (ML), o rating do País também foi rebaixado de BBB (“triplo B”) para BBB- (“triplo B menos”), com perspectiva estável. 

Segundo a maior agência de classificação de risco brasileira, o rebaixamento do rating está fundamentado na acentuada e contínua piora dos resultados das contas públicas, com destaque para o baixo nível de superávit primário, que é incapaz de reduzir ou neutralizar o avanço do endividamento público que resulta no elevado nível de déficit nominal, com ênfase ainda para a redução da meta de superávit primário para 2015 de 1,1% para 0,15% e de aumento da projeção da dívida bruta em relação ao PIB para 64,7%, fatores que demonstram fragilidade na gestão das contas públicas do País e preserva aos investidores a continuidade da incerteza do retorno de seus negócios. 

"Também contribui para o rebaixamento o enfraquecimento das contas externas com forte queda do saldo comercial e forte elevação do déficit em transações correntes, na persistência das condições monetárias desfavoráveis com a inflação corrente em alta (com quebra de sazonalidade) e inflação prospectiva rigidamente elevadas e muito acima do limite superior determinado no sistema de metas para inflação, que é de 6,5%", diz a agência. 

De acordo com a Austin, há ainda as perspectivas de desempenho econômico com forte deterioração do mercado de trabalho (crescente cortes de postos de trabalho e queda da renda), recorrentes projeções de retração do PIB em 2015 e desempenho quase nulo (0%) para 2016, que segundo estimativas apuradas junto ao Bacen-Focus a taxa média de crescimento do PIB para o período 2015-2019 é de apenas 0,97%, portanto, muito inferior ao PIB potencial do País estimado em 3,5%.