As autoridades chinesas anunciaram nesta quarta-feira (8) uma série de medidas para conter o pânico de três semanas nos mercados, o qual fez as Bolsas de Valores do apresentarem novas quedas hoje.
O governo ordenou que as companhias estatais comprem ações e aumentou a quantidade de papeis que as empresas podem adquirir, além de prometer a manutenção da liquidez e do crédito aos investidores.
Depois de um crescimento de 150% em um ano, desde junho de 2014 as Bolsas de Xangai e Shenzhen começaram a cair continuadamente, o que afetou os pequenos investidores. Mais de 1,4 mil empresas, o que corresponde a quase metade das listadas nas Bolsas, pediram a suspensão da venda de suas ações, na tentativa de conter as perdas. Os efeitos do mercado chinês já começaram a afetar outras Bolsas, principalmente as asiáticas. (ANSA)
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O JB antecipou a forte queda do mercado na China, na noite de terça-feira. De acordo com o ex-ministro da Fazenda Ernane Galvêas, a bolsa de Xangai é composta "metade por valores e metade por commodities", e explica que o país está diminuindo sua demanda principalmente por minério de ferro.
"A China entrou em um programa de construção de casas, aeroportos, estradas. Chegou um momento em que ela esgotou sua capacidade. A China não vai mais fazer tantas construções, portanto vai consumir menos aço e [consequentemente] menos minério de ferro. O comércio internacional vai reduzir um pouco, mas não vai acontecer nada menos que um ajuste. Não é nada dramático."
Galvêas destaca os reflexos para o Brasil. "O Brasil depende muito mais da China do que a Europa. Para o Brasil, [a diminuição do crescimento da China] é um problema, mas não é de hoje. O comércio da China com o Brasil já está caindo. O Brasil está sofrendo mais que os outros. Os países mais vulneráveis neste processo são os que exportam para a China, como o Brasil."
Com Ansa