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Bolsa de Xangai abre em baixa de 6,07%; para ex-ministro, queda é surpreendente

Ernane Galvêas vê fortes quedas como excepcionalidade

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A Bolsa de Xangai, na China, abriu em queda de 6,07%, aos 3.467,3968 pontos no pregão desta quarta-feira (8). No pregão anterior, o mercado havia encerrado em queda de 1,29%, com 3.727,1248 pontos. 

A China enfrenta diminuição de seu crescimento e a bolsa de Xangai acumula fortes perdas desde o início de 2015, mas para o ex-ministro da Fazenda, Ernane Galvêas, o país asiático não vai quebrar. "[A China] é uma potência, a segunda maior economia do mundo. Vai apenas diminuir o ritmo de crescimento, como já está acontecendo, mas mas isto não representa uma calamidade e nem um desastre. Não irá afetar drasticamente a economia do mundo", diz.

Em relação às fortes quedas que a bolsa de Xangai de sofrido neste ano, ele diz que "ninguém sabe bem o motivo", já que as outras bolsas asiáticas não estão seguindo o mesmo movimento. "É uma queda impressionante", diz. Ele destaca que a bolsa de Xangai é composta "metade por valores e metade por commodities", e explica que o país está diminuindo sua demanda principalmente por minério de ferro.

"A China entrou em um programa de construção de casas, aeroportos, estradas. Chegou um momento em que ela esgotou sua capacidade. A China não vai mais fazer tantas construções, portanto vai consumir menos aço e [consequentemente] menos minério de ferro. O comércio internacional vai reduzir um pouco, mas não vai acontecer nada menos que um ajuste. Não é nada dramático."

Em relação a um possível agravamento da má condição econômica da Europa, o Galvêas diz que um menor crescimento da China não poderia influenciar a situação do continente. "O Brasil depende muito mais da China do que a Europa. Para o Brasil, [a diminuição do crescimento da China] é um problema, mas não é de hoje. O comércio da China com o Brasil já está caindo. O Brasil está sofrendo mais que os outros. Os países mais vulneráveis neste processo são os que exportam para a China, como o Brasil."