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'WSJ': Acordo sobre Grécia exigirá escolhas difíceis, diz economista do FMI

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O economista-chefe do Fundo Monetário Internacional disse que o governo da Grécia deve oferecer “medidas realmente confiáveis” para resolver seus problemas fiscais e disse que os credores europeus deveriam concordar em reprogramar pagamentos de dívida a taxas de juros mais baixas, diz um artigo do jornal norte-americano The Wall Street Journal

“Há escolhas difíceis, e acordos duros a serem feitos dos dois lados,” Olivier Blanchard, um economista-chefe do FMI afirmou em uma rara postagem no domingo, antes da reunião entre credores e autoridades gregas nos próximos dias.

A decisão do FMI de explicar e justificar sua posição nas negociações gregas em um post de blog vem apenas dias depois que o fundo disse publicamente que estava retirando sua equipe das conversas sobre o resgate da Grécia em Bruxelas. As duas ações foram interpretadas na Europa como tiros de aviso disparados tanto para o governo de Atenas quanto para os governos de outros países da zona do euro, liderada pela Alemanha.

A ruptura pública nas conversas na semana passada aumentou a pressão sobre o governo grego para assinar mudanças impopulares em suas políticas e cortes de despesas – ou correr o risco de calote em sua dívida e até mesmo um caos financeiro maior.

O post do blog do FMI repete o que as autoridades do fundo disseram aos seus locutores europeus durante meses: que metas fiscais mais suaves para a Grécia são coerentes com tornar as dívidas do país sustentáveis só se os países europeus concordarem em reestruturar seus empréstimos para a Grécia, a um mínimo em vencimentos prolongados. Vindo em um momento crítico quando as conversas com a Grécia estão perto de se encerrar, a declaração do FMI se somam aos alertas feitos à Grécia para recuar — e um aviso à Alemanha e outros para se ater às metas fiscais mais rígidas ou perdoar parte da dívida grega. 

O post também está sendo visto em algumas capitais européias como uma tentativa de justificar a linha dura do FMI nas negociações caso as conversas fracassarem e a Grécia chegar à falência e à saída do euro. Formuladores de políticas de instituições europeias e governos incluindo a Alemanha também começaram a explicar suas posições em público e em privado em um esforço preventivo de evitar serem culpados caso não haja acordo.