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'Financial Times': Os bancos do Brasil sentem saudade

Uma análise do jornal afirma que boas notícias são necessárias novamente

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O blog Euro2day do jornal Financial Times publicou nesta quarta-feira (31/12) uma análise sobre a situação dos grandes bancos no Brasil. De acordo com o texto, os bancos brasileiros sentem saudade do crescimento que antes tinham, já que agora a economia brasileira se encontra em um momento difícil. Apesar das questões negativas que se encontram nas partes visíveis do futuro, o jornal cita que a reeleição da presidente Dilma não é o grande desastre que era previsto.

O blog afirma que a saudade por crescimento econômico marcou 2014 – um ano de eleições – para os bancos do Brasil. O crescimento em ritmo de samba das commodities – produtos normalmente agrícolas que tem, geralmente, seus preços fixos e, por isso são comercializadas nas bolsas de valores e servem como instrumento de medida na economia – também deixa um sentimento saudoso. No ano novo a economia permanece horrenda. O que irá fazer os bancos brasileiros dançarem novamente?

De acordo com o blog Euro3day, a reeleição da presidente Dilma Rousseff não é o grande desastre que a maior parte dos analistas estavam vendo. A sua decisão corajosa de nomear Joaquim Levy, do banco Bradesco, como o ministro da Justiça, é um sinal de que a presidente talvez esteja preparada para colocar em prática as reformas que os bancos brasileiros têm pedido. Mas será preciso tempo para mudar os rumos da economia, independentemente das decisões tomadas pela presidente.

Nem tudo está perdido no Brasil, as condições de crédito têm crescido, os níveis de empréstimo já estão mais de 12% ao ano, mesmo que ainda esteja longe de como estavam as coisas em 2008, a oferta de crédito se recuperou agora que bancos públicos pararam de conceder empréstimos a juros muito baixos, numa tentativa política de manter o eleitorado satisfeito. Bancos do setor público como o Itaú-Unibanco e o Bradesco estão contentes. Espera-se que seus lucros aumentem em um quinto, de acordo com o Credit Suisse. Embora haja um aumento no número de empréstimos, a proporção de empréstimos vencidos caiu 30 pontos percentuais, para 2,9% ano a ano.

No entanto, apesar da parte positiva que pode vir com certas mudanças feitas pela presidente Dilma Rousseff, existe, é claro, uma série de riscos, como por exemplo o crescimento na China – um importante comprador de produtos primários brasileiros - que desacelerou. Possíveis e futuras quedas nos preços das commodities podem criar uma confusão política e econômica, tirando a reforma dos trilhos. Ainda assim as avaliações dos bancos são muito atrativas em comparação com a maioria das outras empresas brasileiras. Por exemplo, o Itau e o Bradesco que oferecem inúmeras vantagens a longo prazo.

Todos os bancos são parte importante da economia que estão inseridos. Os [bancos] brasileiros são tenazes. Mas uma grande parte do pessimismo está agora nos preços das suas ações. Uma pequena boa notícia iria fazê-los dançar.