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Imprensa portuguesa repercute acordo entre Oi e Portugal Telecom

Prazo para Rioforte quitar dívida e avanço de ações do BES e da PT ganharam destaque

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O acordo firmado entre Oi e Portugal Telecom (PT) para lidar com o calote de 847 milhões da Rioforte, holding do Grupo Espírito Santo, repercutiu na imprensa portuguesa, com destaque para o avanço das ações da PT e do Banco Espírito, para as mudanças implementadas para a futura CorpCo, as movimentações do Grupo Espírito Santo para lidar com suas dívidas e a repercussão no mercado.

O Diário de Notícias ressaltou que o atual CEO da PT, Henrique Granadeiro, não será mais vice-presidente da CorpCo. Outra matéria dava destaque ao prazo de sete dias que a Rioforte ainda tem para quitar os a dívida de 847 milhões de euros com a PT, em "um período de cura de sete dias úteis", além do vencimento dos 50 milhões de euros restantes da dívida, nesta quinta-feira (17), também sujeitos ao "período de cura".

>> Oi assina acordo com Portugal Telecom após calote da Rioforte

O avanço de 6% das ações do Banco Espírito Santo (BES) e de 3% da Portugal Telecom, nesta quarta-feira (16), também ganhou destaque no Diário de Notícias, com o banco liderando os ganhos do principal índice de Portugal, seguido pela PT. O jornal também atribui o crescimento à declaração do governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, de que o BES está capitalizado, mas que, se for necessário, "há acionistas interessados em participar de aumento de aumento".

O jornal Público também destacou a conquista do acordo para concluir a fusão entre Oi e PT, ressaltando que esta receberá o valor em dívida da Rioforte pela Oi e também o forte avanço de ações dos envolvidos. "Com esta solução, a PT acredita que ganhará tempo para “minimizar a perda no valor da dívida da Rioforte” e, assim, concluir a fusão com a brasileira Oi", diz matéria.

Outra matéria do mesmo jornal, intitulada "Grandes empresas portuguesas com exposição de 5000 milhões ao GES", aponta que uma eventual insolvência de sociedades ligadas à família Espírito Santo pode contaminar, em graus diferentes, grandes empresas portuguesas, algumas listadas no principal índice da bolsa de Lisboa. 

"Três bancos, a operadora de telecomunicações e duas empresas da economia real concederam empréstimos de cerca de 5000 milhões de euros a negócios de risco do Grupo Espírito Santo (GES). À medida que o tempo passa, vão-se conhecendo os credores diretos e indiretos do GES", diz a matéria do Público.

A declaração de Carlos Costa ganhou espaço em outra reportagem: "Para já, a mensagem do Banco de Portugal tem-se mantido a mesma, de que a situação de solvabilidade do BES é sólida, que foram tomadas medidas para evitar riscos de contágio ao banco resultantes do ramo não-financeiro do GES e que os depositantes não correm riscos", destacou o veículo português.

O Correio da Manhã também ressaltou em sua homepage que a Rioforte ainda tem um prazo de sete dias para quitar os 847 milhões de euros com a Portugal Telecom. A venda de ativos do Grupo Espírito Santo no Brasil também mereceu nota no site do jornal português, que informou que o grupo está em conversação para venda de ativos não financeiros no Brasil, na área de agricultura e energia, com base em reportagem do jornal brasileiro Valor Econômico.

O disparo de 17% das ações da Oi na bolsa com o anúncio do acordo chamou a atenção do jornal Negócios Online, que se empenhou em diversas matérias envolvendo a brasileira, a Portugal Telecom e o Grupo Espírito Santo. A necessidade do regulador brasileiro - a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) - aprovar o acordo entre as duas empresas para a dívida da Rioforte também ganhou destaque. "A PT vai receber da Oi a dívida que a Rioforte não pagou em contrapartida por ações da Oi", diz uma das notas do site. 

O jornal alerta ainda que alguns dos termos da fusão entre as duas empresas devem ser alterados. "É quase um novo memorando que os acionistas estão a desenhar. O objetivo dos dois lados é apenas um: que a fusão avance." O desejo da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) de Portugal de conhecer o memorando assinado nesta madrugada entre a Portugal Telecom e a Oi também foi noticiado. 

Outra repercussão no veículo sobre o assunto foi o corte da nota do Banco Espírito Santo pela agência de classificação de risco S&P, em uma queda de dois níveis, de de B+ para B-, depois de ter cortado quatro níveis na semana passada, e manteve a creditwatch negativa. A Moody's também se pronunciou sobre o assunto, indicando a possibilidade de entrada do Estado português no BES.