O custo médio de uma viagem de avião dentro do Brasil pode variar até 634%, segundo o levantamento "Ligações Aéreas 2010", divulgado nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Quem parte de Belo Horizonte paga, em média, R$ 186,23. No outro extremo, os passageiros que saem de Tabatinga (AM) têm que desembolsar R$ 1.368,26 médios.
Em geral, quem se desloca partindo de cidades situadas em áreas mais afastadas do país tem que desembolsar mais. Paga-se mais barato saindo de aeroportos situados em municípios maiores e próximos a áreas de maior concentração de atividades econômicas, notadamente a região Sudeste.
"Se paga mais caro e as viagens são mais longas para as cidades menores e mais periféricas. As variações de custo e tempo também são influenciadas pelas diferenças regionais", afirma o texto do estudo.
Quem parte de São Paulo para outros locais do País paga, em média, R$ 209,24. A capital paulista tem, portanto, o segundo menor custo para os passageiros que voam de avião dentro do Brasil. Um pouco acima fica o Rio de janeiro, cujo custo médio da viagem é de R$ 209,32.
A seguir, surgem apenas capitais, como Salvador (R$ 210,73), Brasília (R$ 213,05) e Goiânia (R$ 236,27). Campinas (R$ 253,48) e Ribeirão Preto (R$ 262,91) são as cidades que não são capitais que apresentam custo médio de passagens mais baixo.
Coordenador da pesquisa, Claudio Stenner explicou que diferentes variáveis compõem o preço das passagens aéreas. Entre eles, as condições de competição dos aeroportos locais, o número de destinos e as condições de conexão a partir daquele aeroporto. "Se há uma conexão direta, o custo da passagem tende a diminuir. Essa e outras condições influem na formação do preço", comentou.
Entre as cidades que são os pontos de partida mais caros, estão Joaçaba (SC), cujo preço médio das passagens é de R$ 1.268,04. Os passageiros que partem de Rio Grande (RS) desembolsam um valor médio de R$ 1.240,43. Ainda no Rio Grande do Sul, Pelotas (R$ 1.225,17) e Passo Fundo (R$ 1.203,78). Juntamente com algumas cidades na região Norte, esses municípios do Sul apresentam alto custo médio. Segundo o IBGE, isso ocorre devido á elevada centralização da área urbana na capital gaúcha.
"Isso se reflete nos altos custos e longas viagens, que têm como destino suas cidades menores. A centralização dos voos em poucos hubs também parece elevar o custo e o tempo de deslocamento para as cidades de baixa hierarquia", informa a pesquisa.