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Petrobras: reajustes não foram suficientes para eliminar perdas da empresa

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Os reajustes acumulados nos preços do diesel, de 16,1%, e da gasolina, de 14,9%, nos últimos oito meses, não foram suficientes para eliminar a defasagem entre o preço  no mercado internacional e o cobrado pela Petrobras em suas refinarias. Segundo a presidente da estatal, Graça Foster, a manutenção da defasagem é resultado principalmente da desvalorização do real ante o dólar.

Entre outubro de 2011 e janeiro deste ano, houve aumentos de 14% no valor do dólar ante o real e de 6% no valor do barril de petróleo no mercado internacional (Brent).

Antes dos três reajustes do diesel e os dois da gasolina, feitos entre novembro de 2011 e janeiro deste ano, a Petrobras evitava aumentar o preço dos derivados em suas refinarias. No entanto, a defasagem entre os preços nos mercados internacional e doméstico vinha se acentuando desde janeiro de 2011.

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De acordo com dados informados pela Petrobras hoje (5), o crescimento da demanda por combustíveis superou o aumento da produção da empresa. Isso acarretou maior importação de gasolina e diesel.

A defasagem dos preços é um dos motivos para a redução do lucro líquido da Petrobras em 2012, de R$ 21,18 bilhões, que foi o menor dos últimos oito anos, informou Graça Foster. Segundo ela, a redução do lucro resulta de fatores como o aumento dos custos operacionais, uma produção de petróleo menor, a desvalorização cambial e o aumento da importação de derivados.

Apesar disso, a Petrobras conseguiu continuar ampliando as reservas provadas. Em 2012, as reservas dos campos da estatal chegaram a 16,4 bilhões de barris, com um índice de reposição de 101,3%.

Segundo Graça Foster, a empresa adquiriu 15 novas sondas em 2012. Com isso, destacou ela, será possível atender a toda a campanha de perfuração de poços. A empresa agora tem 40 sondas, sendo 16 no pré-sal. Segundo a presidenta da estatal, a produção no pré-sal é crescente. Em 2012, o pré-sal respondeu, em média, por 7% do total do petróleo produzido. “Em dezembro, a produção [do pré-sal] foi 231 mil barris por dia, o que corresponde a 10,5%”, disse.

Graça Foster também ressaltou recordes diários de refino ao longo do ano, devido à maior utilização da capacidade “[As refinarias] foram modernizadas ao longo dos últimos três anos. Estamos hoje com capacidade de refino de 2,1 milhões de barris”, disse.