Gisela Magalhães, Jornal do Brasil
RIO - O investimento da área de tecnologia da informação (TI) para 2010 está estimado em R$ 225 mil, com vistas aos grandes eventos esportivos previstos na cidade, como os Jogos Mundiais Militares em 2011, Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. No orçamento, estão incluídos a contratação de empresa especializada, com objetivo de mapear possíveis oportunidades para o setor, além de consultores que estarão na Copa da África do Sul, observando e levantando os setores onde a TI foi aplicada, segundo o presidente da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação Software e Internet (Assespro-RJ), Ilan Goldman.
Vamos conversar com o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), e, se as oportunidades forem concretizadas, o aporte destinado à projetos da área podem totalizar cerca de R$ 20 milhões explica.
Para garantir que cada empresa cumpra com competência o serviço que será prestado, de acordo com a sua especialidade, Goldman disse que será feito um perfil das empresas nacionais. Após concluir a primeira etapa programada para este ano, no segundo semestre estão previstas palestras e eventos para discutir como vai ser arrecadada a verba.
O maior número de empresas afiliadas à Assespro estão no Rio de Janeiro: 211, que correspondem a 15% das 1.400 do país.
A Task Sistemas, há 25 anos no mercado, é especializada em controle de acesso e segurança, desde 1994, e já investiu cerca de R$ 1,5 milhão em adequação e melhorias de sistemas para eventos esportivos, parques e teatros, segundo o presidente da empresa, Raul Gottlieb.
Planejamos investir R$ 2 milhões nos próximos três anos destacou Gottlieb.
A empresa é responsável pelos sistemas implantados no Estádio Olímpico João Avelanche (Engenhão), no Beira Rio, em Porto Alegre e no Corcovado. Estão sendo instaladas placas eletrônicas de controle de acesso no Pão de Açúcar.
Segundo o sócio-fundador da Módulo, Fernando Mery, a empresa já tem experiência de participação em eventos esportivos, como nos Jogos Pan-Americanos, e está negociando a utilização do sistema de gestão de riscos e governança na Copa do Mundo da África do Sul.
Mery disse que, para os eventos nacionais, pretende investir R$ 500 mil em 2010 para a estruturação de sua proposta de participação.
Nosso objetivo é ter um centro de operações em cada cidade-sede. Já fizemos investimentos para mapear as 12 cidades e pretendemos fazer parcerias com nossos clientes e instituições do governo.
O software oferecido pela companhia é capaz de receber todos os problemas, como falta de uniformes de equipes, brigas nas arquibancadas, trânsito ou confusões nos restaurantes oficiais. Também distribui as tarefas para os responsáveis dos setores, além de acompanhar a solução dos problemas.
Especializada em software de gestão empresarial, a Nasajon Sistemas também está se preparando para as novas oportunidades de negócios. A atração de possíveis investidores estrangeiros fez com que o diretor Cláudio Nasajon providenciasse a tradução de parte do site da empresa.
Estamos estudando soluções para o desenvolvimento de portais e haverá uma nova configuração dos nossos sistemas para atender a esta demanda ressaltou Nasajon.
A ideia é adaptar os sistemas de contabilidade, folhas de pagamento, contas a pagar e receber, controle de estoque e faturamento numa integração de multiplataforma. Segundo o executivo, será possível acessar dados pelo celular, por meio do aumento da capacidade dos dispositivos móveis, já em processo.
Para viabilizar este projeto, a empresa vai investir cerca de R$ 1,2 milhão até 2011 informou.
Serão várias plataformas operando um mesmo dispositivo, explica Nasajon, que estima a inclusão da TV digital neste panorama em 2016.
Sérgio Pina, sócio-diretor da Acol, estuda a viabilidade e aguarda a confirmação de interesse pelas entidades envolvidas nos eventos para adequar os sistemas que dispõe. Será estudada a adequação dos sistemas de auditoria médica e hospitalar das operadoras de saúde dentro das regras internacionais. De acordo com Pina, precisa haver convênio com as operadoras internacionais para a internacionalização do software, que deve garantir atendimento aos segurados de operadoras e seguradoras de saúde de outros países.
Muitas começam na incubadora da UFRJ
A incubadora de empresas do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coope-UFRJ), tem como objetivo abrigar companhias nascentes e iniciantes de base tecnológica dos alunos de mestrado e doutorado, que percebem uma oportunidade de negócio no mercado.
Para serem aprovadas e se instalarem na incubadora por, no máximo, três anos, as empresas são selecionadas pelo conselho. Os critérios de avaliação são baseados na viabilidade técnica e econômica, grau de inovação da tecnologia, impacto modernizador e possibilidade de interação da empresa com atividades de pesquisa desenvolvidas na universidade ou nos institutos de pesquisa sediados na Cidade Universitária. No processo de seleção, é analisado também o perfil do grupo proponente.
O próximo edital, que será lançado em março de 2010, vai oferecer pelo menos quatro vagas, segundo a gerente da incubadora, Regina Faria. Os contratos de prestação de serviço custam de R$ 500 a R$ 750 por mês, que variam de acordo com o tamanho da sala. Nestes valores, estão incluídos serviços de orientação empresarial especializada nas áreas de comercialização, marketing, finanças, jurídica, contábil, comunicação e segurança. Não estão consideradas contas de consumo, como faturas de luz e telefone.
Os selecionados dependem do número de salas disponíveis. Geralmente as pessoas chegam com muito conhecimento técnico e pouco na área de negócios. As empresas começam aqui para tentar alavancar seu negócio destacou Regina.
Com o aquecimento da economia, principalmente no estado do Rio (pré-sal e eventos esportivos previstos até 2016), e com o crescimento da cultura empreendedora no Brasil, a gerente espera que devem surgir novas companhias de TI direcionadas para a área de esportes.
Não temos tantas empresas de TI quanto poderíamos ter aqui na incubadora. Os investimentos são relativamente baixos. No máximo, 15% das empresas que passaram por aqui eram de TI concluiu.
Das 38 empresas graduadas, que já passaram pela incubadora, sete eram da área de TI, e, das 19 empresas residentes atualmente, sete são de TI de diferentes especialidades, como tecnologia de compartilhamento de vídeos sob demanda via web, gestão de segurança da informação, suíte de softwares para otimizar operações, automação e processamento de imagens, softwares que auxiliam na redução de custo médico, softwares de georeferenciamento e hardware e software para o ambiente de operações financeiras.
Dentre as empresas graduadas anteriormente, algumas especialidades são em produtos e serviços para plataforma de exploração de petróleo, soluções e jogos de entretenimento para celular, sistemas de informação e análise de riscos na área de tecnologia da informação.
A incubadora de empresas é instalada na Cidade Universitária da Ilha do Fundão e foi criada em 1994 para incentivar o empreendedorismo e a transferência de conhecimentos gerados em pesquisas acadêmicas para novos serviços e produtos tecnológicos. O foco é direcionado principalmente nas áreas de petróleo e gás, energia, meio ambiente e tecnologia da informação.