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Negócios caem diante de temor de recessão

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SÃO PAULO, 27 de fevereiro de 2009 - As incertezas sobre o destino dos grandes bancos nos Estados Unidos e a confirmação de que a economia por lá está mergulhada na recessão ampliaram o nervosismo dos investidores neste último dia da semana.

A economia norte-americana mostrou uma retração de 6,2% no quarto trimestre de 2008 - maior queda desde o segundo trimestre de 1982 - enquanto que o consenso de mercado apontava para uma recuo de 5,3% no período. "Estes dados devem azedar o humor dos mercados, já bastante céticos quanto à eficácia dos programas oficiais de recuperação do sistema financeiro e de estímulo à atividade econômica", afirmou a LCA, em relatório.

No âmbito corporativo, o Citigroup voltou a ser assunto hoje. O governo norte-americano irá converter sua participação na instituição financeira em ações ordinárias e assumir uma fatia de 36% no capital votante da instituição. As ações da instituição financeira fecham o dia com queda de 39,02%, para US$ 1,50.

Internamente a volatilidade deve continuar pautando os negócios no mercado financeiro diante de tantas incertezas no mercado externo. Pelas mesas de operações, o clima ainda é de pessimismo e, aparentemente, parece não ter um fim próximo.

Por outro lado, os juros futuros ignoraram o clima tenso nos principais mercados globais e continuaram sinalizando queda diante da expectativa de novas reduções da taxa Selic, atualmente 12,75% ao ano. O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2010 caiu de 10,73% para 10,65% ao ano.

Os agentes financeiros repercutiram ainda nesta sexta-feira o resultado do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe/USP) que desacelerou para 0,32% na terceira quadrissemana, ante 0,45% na anterior. O resultado coincidiu com o piso das previsões dos analistas, que variavam de 0,32% a 0,43%, com mediana em 0,40%.

Além deste dado de inflação, os agentes monitoram a pesquisa sobre a sondagem do consumidor, que registrou em fevereiro queda de 1,4% ante o mês anterior, registrando o menor nível desde o início da série histórica. Desde outubro que a confiança do consumidor registra variação negativa, exceção para a alta de 0,1% em janeiro.

No mercado de câmbio a situação também foi de cautela, o que ampliou o sentimento de aversão ao risco. A moeda norte-americana encerrou o dia em alta de 1,11%, vendida a R$ 2,371. Ainda assim na semana, mais curta devido ao feriado de Carnaval, a divisa acumulou 0,88% de perdas.

O dia também foi de volatilidade para a bolsa brasileira, dividida entre notícias negativas vindas dos Estados Unidos e a valorização de blue chips Petrobras e Vale do Rio Doce. Depois de registrar queda superior a 2% - e anular os ganhos registrados no ano - o índice acionário da BM&FBovespa acabou invertendo a tendência e encerrando o dia com leve avanço de 0,01%, aos 38.183 pontos. O giro financeiro somou R$ 3,81 bilhões.

(Redação - InvestNews)