"Nós estamos pensando seriamente em não pagar o crédito do BNDES, que foi concedido por meio da Odebrecht para a construção da hidrelétrica", afirmou Correa. E acrescentou: 'Ainda mais um empréstimo de mais de US$ 200 milhões, para um projeto que não presta", disse, referindo-se à obra que é motivo de crise entre o governo equatoriano e a construtora brasileira.
Segundo a informação publicada pela agência de notícias BBC Brasil, a declaração foi dada por Correa a uma emissora de televisão local. Durante a entrevista, o presidente equatoriano também questionou o fato do empréstimo do BNDES ter sido direcionado diretamente à Odebrecht, mas que "legalmente" consta como dívida interna do Equador com o Brasil. 'É um dinheiro que nem entra no país', disse Correa.
Para ele, a crise com a Odebrecht não deverá afetar as relações bilaterais com o Brasil. "Não acredito que haja repercussões internacionais. Eu gosto muito do Brasil, mas o que essa empresa fez no Equador é terrível", afirmou.
Ontem, Correa determinou o embargo dos bens da construtora, a ocupação das obras da empresa pelo Exército e proibiu que os funcionários deixassem o país.
O governo equatoriano exige o pagamento de uma indenização de U$ 43 milhões por falhas no funcionamento e paralisação da central hidrelétrica, que é a segunda maior do país. De acordo com o governo, a San Francisco apresentou falhas e deixou de funcionar um ano depois de serem concluídas as obras pela Odebrecht, colocando em risco o abastecimento de energia no Equador.
(Redação - InvestNews)