A alemã Allianz vai comprar a operação de seguros de automóveis e ramos elementares da SulAmérica por R$ 3 bilhões. As empresas assinaram o contrato nesta sexta-feira (23) e o fechamento do negócio depende da aprovação de órgãos reguladores.
A área de seguro elementares cobre danos, perdas e furtos, não envolvendo o ramo de vida.
A transação resultará na segunda maior seguradora de automóveis do país, atrás da Porto Seguro. Hoje, a SulAmérica está em quinto e a Allianz em oitavo no setor de autos, segundo a Susep.
A Allianz é a terceira maior seguradora do mundo e este foi o maior investimento que já realizou no Brasil, onde está há 115 anos.
"A decisão encaixa com a estratégia de estarmos presentes nos mercados da América Latina, em especial o Brasil, diante do seu potencial de crescimento. Quando o mercado e a classe média crescem, cresce o consumo de seguros e sua importância no PIB", diz Eduard Folch, presidente da Allianz.
Apesar da indefinição no Cade, que atrapalha aquisições e fusões no Brasil, o presidente trabalha com um prazo de 12 meses para a aprovação da operação.
Somadas, as duas empresas terão um apólice de 2,7 milhões de automóveis, o que representa 15% de participação no mercado.
Segundo Folch, o aporte não foca apenas no aumento da carteira de clientes, mas na possibilidade de investir em tecnologia, novos desenvolvimentos e na jornada dos clientes.
A SulAmérica diz que não haverá mudança na administração e no fornecimento de produtos até a aprovação por órgãos reguladores. As marcas trabalharão de forma independente, com corretores e assessorias de seguros oferecendo o SulAmérica Auto e Massificados aos clientes, informou em nota à imprensa.
Depois da conclusão da operação e de um tempo de transição, a ideia é que só exista a marca Allianz, segundo envolvidos no processo.
A empresa brasileira dá seguro a 1,6 milhão de veículos no país. Ainda de acordo com a empresa, a transação fará com que a SulAmérica concentre esforços nos segmentos de saúde, odontologia, vida e previdência, além da operação de gestão de ativos feita pela divisão de investimentos.
Tais operações combinadas representam cerca de 85% do faturamento consolidado do grupo no primeiro semestre de 2019.
A estimativa é que em 2021 a Allianz já opere todos os produtos da SulAmérica referentes a essa transação. (Paula Soprana / FolhaPressSNG)