INFORME ECONÔMICO
BANCO CÉDULA NÃO PAGA IPTU E LOJA IRÁ A LEILÃO
Por INFORME ECONÔMICO
[email protected]
Publicado em 21/05/2023 às 20:26
Alterado em 23/05/2023 às 07:25
O Banco Cédula, do polonês Michel Stivelman, foi condenado por estelionato pela justiça do Rio, em ação movida por depositantes que não tiveram seus depósitos honrados pela instituição financeira. Depois de quase 20 anos, o Tribunal de Justiça deu a sentença: Michel Stivelman terá de pagar R$ 150 milhões para os clientes que ele lesou.
Stivelman e seu funcionário Franklin Pereira conseguiram encerrar a atividade da famosa La Fiorentina, na Av. Atlântica, no Leme. Porém, o banqueiro se recusa a pagar o valor que o imóvel deve de IPTU para a Prefeitura do Rio, o que forçadamente fará com que a loja vá a hasta pública. Além da dívida de IPTU, Stivelman deve, também, cerca de R$ 500 mil de condomínio.
Recentemente, Franklin Pereira, diretor do Banco Cédula, pediu desculpas ao dono da Fiorentina e propôs alugar o imóvel para que o restaurante voltasse a funcionar no mesmo local. Mas, segundo Delorme Lima, operador da marca, a proposta não era viável, pois o contrato já trazia uma grave ilegalidade: “o documento tinha Stivelman como dono do imóvel, o que não é verdade. O proprietário da loja é o Banco Cédula. Pelas regras do Banco Central, bancos não podem alugar imóveis próprios para terceiros. Bancos têm que vender seus imóveis. Por isso, meu advogado não me deixou assinar”, diz o empresário. E continua: “ou seja: seria mais uma tentativa do Banco Cédula e de seu dono de burlar a lei, e como o banco está condenado por estelionato, preferi não ir à frente e não alugar o imóvel. Conseguimos um local bem melhor e já abriremos esta semana em Ipanema”, concluiu Lima.
Existem informações de que o imóvel já teria sido alugado para o restaurante “Olegário”. O proprietário do restaurante tem conhecimento dessa dívida do IPTU e do condomínio, além de mais de 50 ações trabalhistas em nome da empresa Anper, que operava a marca Fiorentina, que recairão sobre o sucessor, no caso, o restaurante Olegário. O valor desse passivo trabalhista alcança cerca de R$ 3 milhões.
O contrato está sendo elaborado em nome de Michel Stivelman como dono do imóvel. Trata-se, como já dito, de uma fraude do Banco Cédula contra as regras do Sistema Financeiro Nacional.
Comenta-se no mercado que o Banco Cédula está esperando o Banco Central do Brasil fazer a sua liquidação extrajudicial. O banco não tem presidente, nem diretoria nomeada formalmente. Lá trabalha uma secretária, um contador e um segurança.
Michel Stivelman teria transferido mais de 200 imóveis para suas empresas ligadas aos filhos que moram foram do Brasil, esvaziando completamente o banco para não pagar os R$ 150 milhões na ação que responde pela prática de estelionato.
______
LEIA O ARTIGO DE RAQUEL STIVELMAN: Algumas reflexões sobre o poder