ECONOMIA

Light elege novo Conselho de Administração, e ex-ministro Helio Costa assume a presidência

O novo conselho aumentará de sete para nove integrantes e será composto por: Firmino Sampaio, Abel Rochinha, Hélio Ferraz, Yuiti Lopes e Rafael Manhães Martins, que já eram membros desde a eleição realizada em abril, além de Pedro de Moraes Borba, Wendell Oliveira, Nelson Tanure e Hélio Costa. Os quatro últimos nomes não faziam parte anteriormente.

Por GABRIEL MANSUR
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Publicado em 10/07/2023 às 06:02

Alterado em 19/07/2023 às 08:13

Hélio Costa Antonio Cruz/Agência Brasil

Dias depois de apresentar plano de recuperação judicial, a Light SA elegeu, pelos acionistas em assembleia geral extraordinária (AGE), nesta terça-feira (18), seu novo Conselho de Administração, Com 89,4% dos votos, foi confirmada a chapa indicada pela WNT Gestora de Recursos, do empresário Nelson Tanure. Com isso, asume a presidência da empresa o jornalista Hélio Costa, que foi ministro das Comunicações do presidente Lula entre 2005 e 2010, durante os dois primeiros mandatos do petista.

Tanure é o maior acionista individual da empresa (30%) e ainda contou com apoio dos outros dois com maiores participações: Santander PB Fundo de Investimento em Ações 1, de Carlos Alberto Sicupira (10%), e Samambaia Master FIA, de Ronaldo Cezar Coelho (20%).

O novo conselho aumentará de sete para nove integrantes e será composto por: Firmino Sampaio, Abel Rochinha, Hélio Ferraz, Yuiti Lopes e Rafael Manhães Martins, que já eram membros desde a eleição realizada em abril, além de Pedro de Moraes Borba, Wendell Oliveira, Nelson Tanure e Hélio Costa. Os quatro últimos nomes não faziam parte anteriormente.

Os acionistas Tempo Capital e Victor Adler retiraram o pedido de voto múltiplo na eleição. O mandato do novo conselho se encerra na assembleia ordinária de abril de 2025.

Em nota após a eleição do conselho, a Light disse que seus três principais acionistas - WNT, Santander e Samambaia - reforçaram a confiança na atual diretoria e se comprometeram a “trabalhar, todos juntos, na busca de soluções que garantam a manutenção e continuidade da prestação dos serviços da companhia, em benefício de todo o grupo e de seus stakeholders”.

Dívida

A reformulação do conselho da Light ocorre em meio à recuperação judicial da companhia, que tenta reduzir sua dívida financeira da ordem de 11 bilhões de reais.

A companhia elétrica apresentou na sexta-feira passada um plano com seis alternativas de pagamento aos credores, entre elas o pagamento antecipado à vista com desconto mínimo de 60% e a emissão de novos instrumentos de dívida com desconto de 20%. A proposta foi mal recebida por parte dos credores debenturistas.

Hélio Costa

O mineiro, de 83 anos, além de ministro no primeiro Governo Lula, presidiu a PetroRio, segunda maior petroleira do Brasil; presidiu o grupo Copel Telecom e é membro do conselho da Associação Brasileira de Teleserviços (ABT), que tem 1,5 milhão de trabalhadores. Entrou para a política em 1987, quando foi deputado federal por Minas Gerais. Deixou o cargo em 1991 e retornou para um segundo mandato em 1999, saindo novamente em 2003.

Ao sair da Casa Baixa, subiu para a Casa Alta no mesmo dia, quando foi eleito senador. Ocupou o cargo até 31 de janeiro de 2011. Nesse período, porém, se licenciou do cargo de legislador para assumir o Ministério das Comunicações entre 8 de julho de 2005 e 1º de abril de 2010.

Na comunicação, área em que era de fato especialista, Hélio iniciou carreira como radialista, em Barbacena (MG), logo mudando-se para Belo Horizonte, onde trabalhou na Rádio Itatiaia. Depois, foi repórter dos jornais Estado de Minas e Diário Tarde, além de apresentador da TV Itacolomi, então afiliada da Rede Tupi.

Saiu do Brasil e mudou-se para Washington, D.C., para trabalhar na rádio internacional Voz da América. Lá, foi convidado para implantar a sucursal internacional da Rede Globo nos Estados Unidos. Como repórter internacional, esteve em 73 países e cobriu os conflitos em El Salvador, Nicarágua e no Oriente Médio, fazendo reportagens especiais para programas como o Fantástico.

Durante as eleições de 1990, ao mesmo tempo que apresentava a primeira versão do Linha Direta, na Globo, candidatou-se a governador de Minas Gerais, perdendo por menos de 1% dos votos válidos, no segundo turno, para Hélio Garcia.

Candidatou-se novamente nas eleições de 1994, ficando em primeiro lugar no primeiro turno, com 48,8% dos votos, mas sendo derrotado para Azeredo no segundo turno. 

(com informações do Correio da Manhã)