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Chance de Reforma Tributária ser aprovada na Câmara no primeiro semestre é grande, diz secretário Appy

Por ECONOMIA JB com Agência Estado
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Publicado em 28/05/2023 às 07:36

Alterado em 28/05/2023 às 12:38

Bernard Appy, secretário extraordinário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda Valter Campanato/Agência Brasil

Matheus Piovesana - O secretário extraordinário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, disse na sexta-feira, 26, que vê grandes chances de a reforma tributária ser votada pela Câmara dos Deputados ainda neste semestre, apesar do prazo apertado.

"A chance de ser aprovado neste semestre legislativo na Câmara dos Deputados é grande", disse ele, em entrevista à CNN Brasil. "A perspectiva é votar até o final do semestre legislativo, em meados de julho, e eu acredito que sim, pelo menos é a intenção anunciada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL)."

Appy reconheceu que serão necessárias "concessões" setoriais para que a reforma seja viabilizada politicamente. Ele destacou os setores de agronegócio, a indústria e o varejo de alimentos e os setores de saúde e educação. "Algumas questões são setoriais, a ideia é ter um imposto sobre valor adicionado o mais homogêneo possível", pontuou.

O secretário disse que há apoio dos governadores dos Estados, embora haja questões relacionadas ao prazo para votar o texto. Com grandes cidades, disse ele, há divergências, mas há diálogo e até o dia 6, data prevista para a apresentação do relatório da reforma, deve haver avanços.

Appy reforçou que não haverá aumento de carga tributária para os consumidores, mas sim uma redistribuição, com alguns bens e serviços menos tributados que hoje, e outros, mais. Ele destacou ainda que a primeira fase será dos impostos indiretos.

 

IMPOSTOS DIRETOS SERÃO ALVO DE SEGUNDA FASE DA REFORMA, NO SEGUNDO SEMESTRE

O secretário extraordinário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, disse na sexta-feira, 26, que o governo espera fazer a reforma tributária dos impostos diretos, o que inclui os tributos sobre a renda, no segundo semestre deste ano.

"Os impostos diretos serão alvo de uma segunda fase da reforma tributária, no segundo semestre", afirmou ele, em entrevista à CNN Brasil. Appy disse que ainda não há uma proposta fechada no governo, e que por isso, não há maiores detalhes, mas que o norte será corrigir o que chamou de "distorções", com faixas mais pobres da população pagando mais impostos que as mais ricas.

Neste primeiro semestre, o governo trabalha na reforma de impostos indiretos, como o PIS/Cofins, o ICMS e o ISS, que devem ser substituídos pelo Imposto sobre Valor Agregado (IVA) com caráter dual, um nacional e outro para Estados e municípios.

O secretário reiterou que, neste momento, o governo vai manter a carga tributária estável em relação ao PIB. "No curto prazo, a situação fiscal do País não permite reduzir a carga tributária, mas no longo prazo, se o Brasil crescer, deve haver espaço sim para reduzir a carga."