ECONOMIA
CNDL/SPC: Inadimplência cresce e atinge 40,15% da população adulta do país em janeiro de 2023
Por ECONOMIA JB
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Publicado em 17/02/2023 às 15:33
Alterado em 17/02/2023 às 15:34
Enquanto o programa “Desenrola” não sai do papel para facilitar a renegociação, com descontos generosos do endividamento da população junto a instituições financeiras, cartões de crédito e serviços de utilidade pública (gás, água, luz e telefone), o número de brasileiros enrolados em dívidas não para de crescer e chegou a 65,19 milhões de pessoas em janeiro deste ano.
Segundo levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), quatro em cada dez brasileiros adultos (40,15%) estavam negativados em janeiro deste ano. Em janeiro de 2023, o volume de consumidores com contas atrasadas cresceu 7,74% em relação ao mesmo período de 2022. A média das dívidas é de R$ 3.883. Em média, cada devedor está inadimplente com 2,02 empresas. De dezembro para janeiro o número de devedores cresceu 0,56%.
“O início do ano é sempre um período de gastos extras e o consumidor ainda acumula as dívidas feitas no período do Natal e férias. Por isso, o momento deve ser de cautela na hora de consumir, a prioridade deve ser o pagamento das contas e a negociação das dívidas em atraso”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.
O aumento de inclusões de devedores com tempo de inadimplência de 91 dias a um ano foi de 16,30% em relação a janeiro de 2022. O número de devedores com participação mais expressiva no Brasil em janeiro está na faixa etária de 30 a 39 anos (23,85%), são 16,15 milhões de pessoas registradas em cadastro de devedores nesta faixa. Isto equivale a 47,30% do total deste grupo etário. A inadimplência é maior entre as mulheres: 50,88% mulheres, contra 49,12% homens, mas inferior à participação delas, de 53%, na população.
“A expectativa é de uma desaceleração econômica nos próximos meses, além disso, ainda é preciso acompanhar os impactos que os reajustes de salários base, que normalmente acontecem no início do ano, devem ter na inflação. Todo esse conjunto, aliado a uma taxa de juros ainda alta, deve impactar o orçamento das famílias, especialmente as de menor renda”, alerta o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.