ECONOMIA

Fecomércio-RJ pede meta de inflação realista e com uma taxa de juro mais equilibrada

...

Por ECONOMIA JB
[email protected]

Publicado em 09/02/2023 às 04:56

Alterado em 09/02/2023 às 06:26

Em nota assinada pelo presidente Antonio Florencio de Queiroz Junior, a Fecomércio-RJ entrou no debate sobre a meta de inflação e o posicionamento do Banco Central, criticados pelo presidente Lula. Para a entidade que reúne empresários das atividades de comércio, serviços e turismo do Estado do Rio de Janeiro, não se discute “a independência do Banco Central, mas a meta de inflação e, por consequência, a taxa de juros devem ser revistas em razão das inúmeras evidências técnicas no país e no mundo”.

A íntegra da Nota:

“O comércio de bens, serviços e o turismo são três das mais relevantes áreas da nossa economia e, mais do que isso, é um termômetro fidedigno da economia real do país. A Fecomércio RJ defende que o Banco Central tenha uma postura mais flexível em relação à meta de inflação, que viabilize a redução da Selic para padrões que estimulem a economia.

Não se trata de discutir a independência do Banco Central, mas a meta de inflação e, por consequência, a taxa de juros devem ser revistas em razão das inúmeras evidências técnicas, no país e no mundo, de que metas de inflação descoladas da conjuntura atual têm sido mais prejudiciais para a atividade econômica do que um caminho para combater a inflação.

Na teoria, uma meta de inflação baixa ou baixíssima poderia representar avanços institucionais. Mas o que vemos na prática é que, em uma análise técnica, a meta de inflação no padrão atual está em descompasso com o desempenho da economia brasileira e do mundo. O resultado disso é que o Banco Central tem aplicado taxas altas, impraticáveis e, infelizmente, ineficientes ao seu propósito.

Assim, deve-se discutir a flexibilização das metas, de modo que o Banco Central possa na sequência reduzir as taxas sem se descolar de metas, sempre dentro da realidade e do momento de nossa economia.

Essa situação, vale dizer, não é exclusiva do Brasil e até nos Estados Unidos, país cuja taxa de juros impacta no mundo todo, também se discute se o rigor de cumprir metas irrealistas pode ser mais nocivo que benéfico. Há inúmeros economistas renomados internacionalmente que defendem essa tese, a exemplo do professor do MIT e ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional, Olivier Blanchard.

No mundo todo” finaliza a nota da Fecomércio-RJ, “o debate atual é o mesmo que também vale para o nosso país: a conjuntura atual da economia deve estar conectada a uma meta realista, que traga benefícios concretos à atividade econômica com uma taxa de juros mais equilibrada”.

Tags: