ECONOMIA
Lula volta a se contrapor a mercado financeiro e chama privatizações de 'irresponsabilidade'
Por ECONOMIA JB com Agência Estado
[email protected]
Publicado em 08/02/2023 às 05:10
Alterado em 08/02/2023 às 06:49
Eduardo Gayer e Giordanna Neves - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforçou nessa terça-feira suas diferenças com agentes do mercado financeiro. Em café da manhã com comunicadores de esquerda, ele ainda chamou as privatizações de “irresponsabilidade”.
"Nunca tive ninguém do mercado elogiando as minhas políticas sociais. Sinceramente acho que quando falo de responsabilidade social, responsabilidade fiscal, estou chamando a responsabilidade do mercado para que eles compreendam que esse País não pode continuar passando fome, que as pessoas não podem ficar sofrendo dormindo nas ruas”, declarou o petista.
Lula voltou a dizer que o mercado silenciou sobre a crise com a Americanas. O mercado financeiro, porém, reagiu com liquidação das ações da Americanas, com impacto sobre o Ibovespa. A B3 excluiu os papéis da empresa do índice após a empresa entrar em recuperação judicial.
O presidente afirmou que o mercado não tem a mesma sensibilidade que ele, que não pretende concordar com agentes financeiros. Reforçou, ainda, que o desenvolvimento social é bom também para o mercado.
“O mercado precisa ter sensibilidade. Não é só para ganhar dinheiro. É para permitir que os outros possam ganhar alguma coisa. Eu não sei se o mercado às vezes fica esperando que a gente se faça confiar. Muitas vezes parece que a gente tem que pedir para o mercado ‘goste de mim’, ‘me deixe governar’, ‘me deixe fazer as coisas pela qual eu fui eleito’... Eu não acho que a gente tem que pedir, acho que a gente tem que fazer”, seguiu o petista. “Nós temos que construir uma narrativa contrária àquela do mercado”.
Para o petista, privatizações são uma “irresponsabilidade”. “Gasto é quando você privatiza uma empresa como a Eletrobras e pega o dinheiro para fazer o quê? Para pagar juros da dívida? Isso é gasto. Quando você investe na comida do povo, saúde do povo, na educação do povo, isso não é gasto. Chama-se investimento. É esse tipo de investimento que quero fazer.”.