O tempo passa, o tempo voa e os juros caem, mas o lucro do Santander, de Ana Botin, no Brasil continua numa boa.
Em 2019, 1º ano do governo Bolsonaro, a filial brasileira lucrou 2,939 bilhões de euros, aumento de 16% na moeda europeia. Em reais, o valor foi de R$ 14,550 bilhões, um crescimento de 17,4% sobre 3018. Na contabilidade em euros, o Brasil respondeu por 28% do lucro global (29% no 1º semestre), superando a soma da matriz na Espanha (1,585 bilhão de euros, + 2% sobre 2018) e do Santander Consumer Finance (a financeira do grupo que ganhou 1,314 bilhão de euros + 2% sobre 2018). O lucro no Brasil foi maior em 40 milhões de euros. E compensou a redução de 16% no resultado do Santander no Reino Unido 1,077 bilhão de euros, reflexo antecipado do Brexit.
Na contramão dos grandes bancos, que fecharam agências e criaram PDVs para demitir funcionários, a filial brasileira fechou 2019 com 2.328 agências (+ 45 sobre 2018) e 47.819 empregados, com redução de apenas 193 postos no ano. Os 26,7 milhões de clientes, entre pessoas físicas e jurídicas, tiveram expansão de 8% no crédito, com destaque para o avanço de 26% no crédito consignado, de 16% no financiamento de veículos, segmento em que o 3º maior banco privado assumiu a liderança no Brasil, e no crédito imobiliário, onde houve avanço de 15%.
O índice de inadimplência total caiu em dezembro de 2019 para 2,9%, abaixo dos 3% de setembro e dos 3,1% de dezembro de 2018. Nas pessoas físicas, a taxa cai dos 4,1% de setembro para 4% em dezembro de 2019, mas aumentou frente aos 3,9% do final de 2018. Nas pessoas jurídicas, o índice de 1,3% mostrou queda frente aos 1,5% de setembro e os 1,9% de dezembro de 2018.
O Santander foi o primeiro grande banco listado na bolsa brasileira a apresentadar resultados. No dia anterior, a Cielo, que opera serviços de pagamentos e benefícios, registrou queda de 49,7% nos lucros de 2019. O Bradesco vai divulgar seu balanço de 2019 dia 5 de fevereiro. O Itaú apresenta os resultados na noite do dia 10, após o fechamento dos mercados no Brasil e Nova Iorque. A Petrobras fará a divulgação dia 19, também após o fechamento dos mercados, e a Vale, que sempre acompanhava o Santander, só o fará dia 20 de fevereiro.