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Dólar encerra em alta ante real após decisão do Fed e à espera de Copom

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O dólar encerrou em alta contra o real nesta quarta-feira, na esteira da já esperada decisão do Federal Reserve de cortar os juros em 0,25 ponto percentual, com agentes do mercado agora voltando suas atenções para a decisão de política monetária do Banco Central do Brasil.

O dólar à vista teve alta de 0,61%, a 4,1028 reais na venda. Na mínima da sessão, o dólar chegou a tocar 4,0737 reais, enquanto na máxima chegou a 4,1150 reais.

Na B3, o dólar futuro subia 0,61%, a 4,1045 reais.

"Mesmo com o corte de juros do Fed, o dólar foi fortalecido pela contínua falta de clareza das autoridades sobre a possibilidade de novas quedas na taxa de juros", afirmou Silvio Campos Neto, economista da Tendências Consultoria.

Ao reduzir a taxa básica de juros para um intervalo de 1,75% a 2,00% nesta quarta-feira, por placar de 7 a 3, o comitê de política monetária do Fed (Fomc, na sigla em inglês) apontou os riscos globais em curso e o enfraquecimento dos investimentos empresariais e das exportações.

Durante coletiva de imprensa após a decisão, o chairman do Fed, Jerome Powell, reafirmou que a perspectiva econômica dos EUA é "favorável", com o mercado de trabalho forte e a inflação provavelmente retornando à meta do Fed (2%).

Campos Neto acrescentou que não vê a moeda norte-americana ampliando sua valorização contra o real nas próximas sessões, já que o outro vetor que puxou o dólar nas últimas semanas - as tensões comerciais entre EUA e China - tem se mostrado um pouco mais comedido.

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse na terça-feira que seu governo pode fechar um acordo comercial com a China antes da eleição presidencial dos EUA ou no dia seguinte à eleição, acrescentando que, se o acordo vier após as eleições, será em termos "muito piores" para Pequim do que se fosse alcançado agora.

Na cena doméstica, o Comitê de Política Monetária (Copom) divulgará sua decisão de juros também nesta quarta, a partir das 18h (horário de Brasília), com o mercado apostando em um corte de 0,5 ponto percentual na Selic. (Reuters)