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Economia global: fábricas vacilam em Junho, trégua comercial não consegue animar perspectivas

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LONDRES/TÓQUIO, 1 Jul (Reuters) - A atividade industrial contraiu em grande parte da Europa e da Ásia em Junho, quando o conflito comercial EUA-China pressionou ainda mais o sector da indústria transformadora, mantendo os decisores de política pressionados a adotarem medidas mais fortes para evitar uma recessão global.

Uma série de pesquisas e indicadores oficiais, principalmente pessimistas, divulgados esta segunda-feira, seguiram-se a uma advertência no Sábado feita por líderes do Grupo dos 20 que se encontraram em Osaka, no Japão, de desaceleração do crescimento global e intensificação das tensões geopolíticas e comerciais. Os dados foram reunidos antes da cimeira do fim-de-semana.

Os Estados Unidos e a China concordaram na cimeira reiniciar as negociações comerciais depois do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter oferecido concessões, incluindo não impor novas tarifas e flexibilizar as restrições à empresa de tecnologia Huawei, proporcionando alívio às empresas e aos mercados financeiros.

Mas os analistas duvidam que a trégua leve a um alívio sustentado das tensões, enquanto a incerteza persistente pode reduzir o apetite de investimento das empresas e o crescimento global.

"É muito cedo para ficarmos optimistas. Os dois países apenas adiaram os problemas e não há como saber o que pode acontecer a seguir", disse Yoshiki Shinke, economista-chefe do Daiichi Science Research Institute, em Tóquio.

"A atividade manufactureira global ainda não atingiu o fundo. A confiança dos empresários norte-americanos, particularmente a dos fabricantes, tem vindo a enfraquecer e, se isso continuar, poderá prejudicar as economias em todo o mundo".

A atividade fabril na zona do euro contraiu mais rápido no mês passado do que se pensava anteriormente, numa desaceleração generalizada, de acordo com o PMI (Manufacturing Purchasing Managers Index) da IHS Markit, que também sugeriu que não haveria uma rápida reviravolta.

Texto integral em inglês: (Reportagem de Jonathan Cable e Leika Kihara, Traduzido para português por João Manuel Maurício, Gdynia Newsroom; Editado por Patrícia Vicente Rua em Lisboa)