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Lucro líquido trimestral de R$ 4,031 bilhões da Petrobras cai 42,1% frente a 2018 Produção de petróleo teve redução de 3,13% no trimestre

A produção de petróleo e gás natural da companhia caiu 4,13% em relação ao último trimestre de 2018

REUTERS/Paulo Whitaker -
Petrobras
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O lucro líquido contábil da Petrobras no 1º trimestre deste ano foi de R$ 4,031 bilhões, 92% acima dos R$ 2,102 bilhões do último trimestre de 2018 e 42,1% inferior aos R$ 6,961 bilhões de igual período do ano passado. A aplicação das novas regras para a contabilização de arrendamentos mercantis (IFRS 16) impactaram diversas linhas de resultado. Sem esses impactos, o lucro líquido seria de R$ 5,1 bilhões, segundo a estatal.

A produção de petróleo e gás natural da companhia caiu 4,13% em relação ao último trimestre de 2018, para 2,46 milhões de barris dia equivalentes, devido às paradas para manutenção e ao atraso na entrada em operação de algumas plataformas. Mas três plataformas iniciaram produção: P-67, P-76 e P-77. Nos últimos 11 meses, sete sistemas de produção – com capacidade total de 1,05 milhão de barris/dia entraram em operação, um recorde na indústria global de petróleo.

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Petrobras (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)

Em abril, segundo a Petrobras, a produção cresceu, chegando a 2,606 milhões de barris-dia equivalente, com a produção no pré sal estabelecendo novo recorde diário. Em 2 de maio, a P-74, que alcançou a capacidade nominal de 150.000 bpd, completando o remp up em 12 meses e 11 dias. Isso é consistente com o objetivo de encurtar o período de ramp-up de 18 para 12 meses, o que permitirá a estatal acelerar a produção e com isso turbinar a geração de caixa.

Apesar da queda de 5% nas vendas de derivados no mercado interno no 1º trimestre frente ao 4º de 2018 e de 2% frente ao mesmo período do ano passado, sendo a maior perda no diesel (principal produto vendido no país) que teve queda de 12% na receita do trimestre frente ao trimestre anterior e aumento de 19% sobre igual período de 2018, e da redução de 14% e 8%, respectivamente no faturamento em gasolina, os resultados financeiros foram bons em termos de melhora do fluxo de caixa e de redução do endividamento, graças aos desinvestimentos recordes de US$ 11,3 bilhões no trimestre.

Castello Branco busca grau de investimento

A dívida líquida totalizou R$ 372,2 bilhões ao fim do trimestre, um aumento de R$ 103,4 bilhões em relação ao 4T18 em função dos efeitos do IFRS16. Desconsiderando-se tais efeitos, o endividamento líquido da companhia seria de R$ 266,3 bilhões. O índice dívida líquida/LTM EBITDA ajustado aumentou para 3,19x, ainda devido aos efeitos do IFRS 16 apenas a partir do 1T19. Caso os efeitos do IFRS 16 fossem aplicados em todo período do LTM EBITDA ajustado de 2018, a métrica atingiria 2,89x. Uma vez expurgados tais efeitos, esta métrica finalizaria o trimestre em 2,37x

O fluxo de caixa livre no valor de R$ 12,1 bilhões foi positivo pelo décimo sexto trimestre consecutivo. Ao explicar os resultados do balanço, o presidente Roberto Castello Branco disse que “a Petrobras está firmemente comprometida com o objetivo de reconquistar o investment grade-rating perdido há alguns anos [2016], importante para a redução do custo do capital.

O endividamento bruto da companhia de US$ 78,8 bilhões ao final de março de 2019 – excluindo os efeitos da norma IFRS 16 - resulta de diminuição de US$ 23,6 bilhões ao longo dos últimos 12 meses (US$ 102,4 bilhões no 1T18). A Petrobras colheu benefícios da redução do endividamento: a despesa com financiamento no 1T19 foi de US$ 1,6 bilhão, uma redução de US$ 294 milhões em relação ao 1T18, representando uma economia anualizada de US$ 1,2 bilhão.

Castello Branco disse que a Petrobras quer “vender participações residuais de 10% na TAG e NTS”, as redes de gasodutos para o Sudeste-Centro Oeste e para o Nordeste).

Ele também explicou sobre os três objetivos dos desinvestimentos nas 8 refinarias). A estatal ficaria com 1,1 milhão de capacidade de refino nas quatro refinarias de SP (Capuava, Presidente Arthur Bernardes, Vale do Paraíba e Paulínia), além da Duque de Caxias (RJ): (a) realocação de capital de ativos de baixo retorno para investimento no pré-sal, com alto retorno esperado; (b) liberação de recursos para servir a dívida ainda considerável da Petrobras; (c) correção de uma anomalia, evidenciada pela concentração de 98% da capacidade de refino em um único player. A manifestação de interesse da BR Distribuidora, da qual a estatal tem 71% do capital, em algumas refinarias, foi a surpresa do dia.