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Na pior semana de Bolsonaro, Bovespa tem perda de 6,26%; dólar tem maior cotação de 2019

Marcos Corrêa/PR -
Presidente da República, Jair Bolsonaro
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Uma nova queda de 3,10% no Ibovespa, que acumulou na semana baixa de 6,26% desde o recorde de 99.993,92 pontos no fechamento de terça-feira, quando rompeu e não sustentou a barreira dos 100 mil pontos (comemorada pelo presidente da República nos Estados Unidos), foi o saldo da pior semana de avaliação do governo Bolsonaro pelo mercado financeiro. Hoje, o quadro se completou com a alta de 2,687% no dólar, que fechou a semana em R$ 3,9022, a maior cotação da moeda norte-americana no atual governo.

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Presidente da República, Jair Bolsonaro (Foto: Marcos Corrêa/PR)

Foram vários motivos para o mercado, que vinha acumulando apostas otimistas na aprovação da reforma da Previdência, se frustrar e precipitar um movimento de realização de lucros. O Ibovespa chegou a valorizar mais de 14% mas com as três quedas seguidas (quarta, quinta e hoje) devolveu parte dos ganho, reduzidos a 6,65%.

O primeiro motivo foi a interpretação dos economistas e empresários de que a viagem do presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos, do ponto de vista econômico, pode trazer mais perdas que ganhos ao Brasil. A perda de popularidade do presidente, após os polêmicos vídeos do Carnaval, já apagados de suas publicações. E por último, o frustrante ponta pé inicial da reforma da Previdência, antecedida por uma projeção de perda de 89% na economia prevista com o ajuste previdenciário dos militares (caiu de R$ 97,3 bilhões para R$ 10,45 bilhões em função de reajustes prometidos no plano de carreiras das Forças Armadas. A reação no Congresso pode crescer.

Por fim, sem que tenha interferência do atual governo, a prisão do ex-presidente Temer e do ex-ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, que compunham a cúpula do MDB, dono de 34 votos na Câmara, pode conturbar o ambiente político (o presidente da Câmara, até aqui aliado da reforma da Previdência, é genro de Moreira Franco, padastro de sua mulher) pode conturbar o ambiente político.