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Crise para a Vale, ganho para as concorrentes

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A crise da Vale, atingida pelas suspensões de atividades em Minas Gerais e pesadas indenizações, desde 15 de fevereiro deste ano, quando a posição da empresa líder da produção de minério de ferro do mundo ficou mais complicada, após o rompimento da barragem de Córrego do Feijão, em Brumadinho (24 de janeiro), situação agravada até ontem, quando as operações de embarque do porto de Magaratiba (RJ) foram retomadas, após duas semanas de paralisações, fez as cotações do minério de ferro subirem mais de 13% na China, principal mercado consumidor.

Neste período, as ações da Vale subiram até o meio da tarde de hoje 13,6%, em linha com a escalada da tonelada métrica de minério. Na realidade, a maior parte da produção da Vale provém do complexo de Carajás (PA), que tende a assumir mais de 70% de protagonismo na produção e exportação. Minas Gerais tinha uma fatia da ordem de 36%, que cairia para menos de 30% com a suspensão de várias minas da Vale, sob ameaça de rompimento de barragens elevadas a montante, como Brumadinho.

O estranho é que mesmo tendo uma barragem de Congonhas do Campo, onde estão as reservas de sua jazida de Casa de Pedra, no município mineiro, a Companhia Siderúrgica Nacional, que é dona da mina, tem sido a maior beneficiária com as agruras da Vale. Nada a ver com uma valorização súbita do aço. O que dá lucro à CSN, há vários anos, é a exploração de minério de ferro da Casa de Pedra, exportada por Itaguaí (RJ), onde a CSN tem terminal próprio. A empresa planeja até dobrar a produção com nova mina (e quem sabe nova barragem, pois a de Congonhas chegou até a ser evacuada). Mas a realidade é que as ações da CSN, que subiram hoje 6,29% até às 15 horas, acumulam alta de 70,4% desde 15 de fevereiro. 

Embora com jazidas menores, a Usiminas, que sempre foi a siderúrgica de aços planos mais eficiente do Brasil, também está ganhando mais na extração e exportação de minério do que na manufatura de produtos de aço. As ações subiam 6,85% hoje até às 15 horas e acumulavam ganhos de 17,8% desde 15 de fevereiro.

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mercado | Vale