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Com produção de MT e Bahia, país pode se consolidar na 2ª posição no mercado mundial de algodão

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O Brasil deve fechar 2018 com recorde de exportação de algodão e se consolidar na 2ª posição do mercado mundial. A última safra deve atingir 2,1 milhões de toneladas, justo quando ocorrem negociações externas em relação ao produto. Enquanto o consumo doméstico é mantido estável em cerca de 700 mil t., as exportações deverão alcançar 1,2 milhão de t., recorde que pode render a 2ª posição no mercado internacional, atrás só dos Estados Unidos.

Até o fim do milênio, o Brasil era um médio exportador de algodão, fios e tecidos de algodão. Com o fim do Acordo Multifibras, na Organização Mundial do Comércio, em 2010, o mercado têxtil sofreu duplamente: com o fim das cotas, houve invasão de tecidos e confecções da Índia, China, Turquia e países do Sudeste asiático numa fase em que a produção de algodão, tradicional no Nordeste, São Paulo e Paraná, tinha sido atacada pela praga do bicudo.

A Embrapa desenvolveu espécies que se adaptaram ao clima seco do Centro Oeste e do Oeste da Bahia. Por ser plantada após a colheita da soja, os dois maiores produtores de algodão do Brasil são também grandes produtores de soja: Mato Grosso e no Oeste da Bahia, no município de Luís Eduardo Magalhães.

A safra já foi toda colhida e parte ainda será beneficiada até junho de 2019 antes de ser exportada, mas os embarques estão no auge sendo muito provável que antes do fim do ano seja alcançado também o recorde de envio em um único mês, segundo o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), Henrique Snitcovski. O maior volume exportado até então tinha ocorrido em 2011, com 1,03 milhões de t. e a maior remessa mensal foi em outubro de 2012 (188 mil t.). “O escoamento da safra vai fazer com o que o Brasil não só bata o recorde, mas ultrapasse Austrália e Índia, ficando atrás só dos Estados Unidos”, comemorou.

Segundo o dirigente, sozinho os EUA têm uma oferta de 3,5 milhões de t., ficando com cerca de 40% das vendas globais. Com a guerra comercial com os chineses, o Brasil pode ser beneficiado, e a “China pode voltar a ser o nosso maior cliente”. O Brasil é hoje o 4º do ranking mundial e os principais destinos são Bangladesh, maior importador mundial, Vietnam, Indonésia, Coréia do Sul e Turquia.