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Santander tira 26% do lucro global do Brasil

Balanço do banco mostra que juro alto causa inadimplência no país

Arte JB -
Lucro
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Com lucro líquido gerencial, que não exclui o ágio de aquisições, de R$ 3,108 bilhões no 3º trimestre deste ano, cifra 20,2% maior que em igual período de 2017, de R$ 2,586 bilhões, mais uma vez, o Santander Brasil foi responsável por mais de um quatro de todo o lucro global da organização presidida por Ana Botin. Segundo o relatório do Santander, em euros, a filial brasileira respondeu por 26% do lucro ordinário atribuível de toda a organização Santander, com 1.942 milhões de euros. A título de comparação, a Espanha,respondeu por 17% do lucro global.

O ItaúUnibanco, maior banco privado do país teve lucro líquido bem maior no 3º trimestre R$ 6,247 bilhões, mas com variação praticamente estável frente ao mesmo período do ano passado. O Santander teve aumento de 53% nos ganhos dos fundos de investimento e de 34,8% na carteira de câmbio. As operações com cartões de crédito tiveram crescimento de 15,5% no lucro em 12 meses e as contas correntes avançaram 13,3%.

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Lucro (Foto: Arte JB)

A carteira de crédito ampliada do Santander atingiu R$ 380,713 bilhões em setembro, crescendo 3,4% no trimestre e de 13,1% em 12 meses. O banco destaca, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, que essa é a 7ª expansão anual do saldo de crédito consecutiva.

A grande aposta do Santander foi na pessoa física, onde os juros são mais elevados, devido à retração geral das grandes empresas. O saldo do crédito chegou a R$ 125,336 no trimestre, com avanço de 4,6% ante junho e de 22,6% em um ano. Já a carteira de pessoa jurídica tinha saldo de R$ 125,823 bilhões, com aumentos de 0,4% e 3,5%, respectivamente, sobretudo junto às pequenas e médias empresas (+14%).

O Santander Brasil encerrou setembro com R$ 769,990 bilhões em ativos totais, cifra 4,2% maior ante o fim de junho e 13,8% superior em um ano. Seu patrimônio líquido foi a R$ 64,824 bilhões, elevação de 3,7% e 5,3%, nesta ordem. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) do banco ficou estável em 19,5% no terceiro trimestre na comparação com o segundo. No ano até setembro, está em 19,4% contra 16,3% um ano antes.

Uma estatística interessante do balanço global do Santander mostra a evolução da inadimplência e do custo do crédito em suas diversas áreas de atuação pelo mundo. Os dados estão em euros. O Brasil é o país com o maior custo do crédito: 4,17%, contra 0,35% na Espanha, 0,08% no Reino Unido e 0,03% em Portugal. Quando chega a vez das taxas de inadimplência a do Brasil é de 5,26% (estável desde março), contra 6,23% de inadimplência na Espanha e de 7,43% de inadimplência em Portugal. Os dados negam a versão da Febraban de que os juros são altos no Brasil devido à inadimplência. É justo o contrário.