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Bolsonaro quer BC independente

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Brasília - Líder das pesquisas, o candidato do PSL à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) deve propor nos primeiros dias da transição, caso ganhe as eleições, a independência formal do Banco Central. Hoje, há uma espécie de acordo tácito de que os diretores e o presidente do BC possuem autonomia para decidir a taxa básica de juros para controlar a inflação. Os últimos governos assumiram compromissos públicos de não interferir nas decisões do BC, mas nunca foi oficializado. O novo plano de governo de Fernando Haddad (PT) fala em autonomia do BC, mas não em independência.

A independência do BC é comum na maioria dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne os países mais desenvolvidos. Para a OCDE, a independência é importante para proteger a instituição de interferências políticas.

A estratégia que está sendo desenhada pela equipe de Bolsonaro é, logo após a divulgação do resultado das urnas, caso o candidato seja eleito, disparar uma comunicação de “alto impacto” para sinalizar aos investidores que o governo se empenhará, já na transição, para negociar as reformas. O efeito, avalia-se, seria positivo para a confiança na aprovação das mudanças necessária para resolver o rombo nas contas públicas.

Na equipe de Bolsonaro, a ideia é mostrar que o governo “fala sério e não perderá tempo”. Um dos slogans cogitados é “Os 100 dias começam agora”, referência ao período de lua de mel do vencedor nas eleições em que tem maior capital político.

A independência do BC está prevista no plano de governo de Bolsonaro, batizado de “O Caminho da Prosperidade”, com a fixação de mandatos fixos para os diretores, com metas de inflação e “métricas claras” de atuação. O candidato defendeu nas redes sociais a independência do BC. Em vídeo para o Instituto Millenium, Paulo Guedes, coordenador econômico, faz a defesa contundente da independência.