ASSINE
search button

Petrobras avança sobre Libra

Operadora responsável, estatal encerra período de testes com alta produtividade e novas tecnologias

Divulgação -
Pioneiro de Libra é a 1ª embarcação plataforma da Petrobras dedicada a testes de longa duração e equipada para injetar gás residual
Compartilhar

A Petrobras informou, ontem, a conclusão do Teste de Longa Duração (TLD) no Campo de Mero, na área de Libra, a primeira a ser leiloada na história do pré-sal da Bacia de Santos, ainda no final de 2013. Durante o programa, que visava mapear o comportamento do reservatório e conhecer melhor a estrutura da jazida, o poço atingiu a produção de 58 mil barris de petróleo equivalente por dia, resultado muito comemorado pelos investidores por se tratar de operações em águas ultraprofundas. A estatal brasileira é responsável pela ativação da produção no perímetro, que pertence a um consórcio formado pela própria Petrobras, com 40% do negócio, Shell (20%), a francesa Total, (20%) e as chinesas CNPC e CNOOC, com 10% cada.

Durante os testes, iniciados há 11 meses, a produção coube ao FPSO Pioneiro de Libra, a 1ª embarcação plataforma da estatal dedicada a testes de longa duração e equipada para injetar o gás produzido ao mesmo tempo. Estes são os primeiros passos da etapa de produção, que será incrementada com até quatro sistemas de produção nos próximos anos. O planejamento é que, no auge, cada sistema produza até 180 mil barris por dia.

Macaque in the trees
Pioneiro de Libra é a 1ª embarcação plataforma da Petrobras dedicada a testes de longa duração e equipada para injetar gás residual (Foto: Divulgação)

Com a conclusão dos testes, Pioneiro de Libra começa a operar os chamados Sistemas de Produção Antecipada (SPAs) em outros poços. A etapa será a substituição do atual poço de injeção de gás por outros cada vez mais próximos do poço produtor. O navio pode processar diariamente até 50 mil barris de petróleo e 4 milhões de metros cúbicos de gás associado.

A área de Libra

A área de Libra tem reservatórios dos mais produtivos do país, com colunas de petróleo que alcançam até 400 metros de espessura, a altura do Pão de Açúcar, e vasta extensão. As elevadas vazões e pressões, a presença de gás associado ao óleo e CO² na área exigiram soluções próprias para viabilizar a produção. Uma delas foi a instalação do 1º FPSO capaz de reinjetar o gás produzido. A inovação traz os melhores resultados para o consórcio, mas também para o meio ambiente, pois permite a eliminação da queima contínua de gás, minimizando a emissão de CO² na atmosfera.

Além disso, no processo foi realizado o primeiro pré-lançamento de linhas flexíveis com flutuadores em águas ultraprofundas. O uso de dutos flexíveis de produção de 8 polegadas de diâmetro, em lâmina d´água ultraprofunda, agiliza a produção. Devido às cargas impostas às linhas de 8 polegadas, o FPSO Pioneiro de Libra possui um esquema de ancoragem (turret) externo com maior suporte de carga vertical da indústria mundial, com capacidade de 700 toneladas por linha submarina (riser), o equivalente ao peso de 4 Boeings 747. Esse equipamento é responsável pelo suporte de carga de nove linhas em lâmina d´água de até 2.400 metros.

Os poços mais produtivos

Os 36 poços mais produtivos do país estão localizados no pré-sal. Para se ter ideia, cada poço dessa natureza produz, em média, 27 mil bpd, acima da média emoffshore. No campo de Sapinhoá, por exemplo, um poço atingiu o recorde de 42 mil bpd. A produção do pré-sal (óleo e gás) já acumulou dois bilhões de barris de óleo equivalente. A produção diária atingiu a marca de 1,5 milhão de barris com 21 plataformas em operação, ou seja, 54% da produção nacional. A expectativa é que a produção aumente progressivamente até 2022, com a entrada em operação de mais 13 plataformas e investimentos da ordem de R$ 35 bilhões.

Em uma década, a produção acelerada no pré-sal gerou R$ 40 bilhões em participações governamentais (participações especiais eroyalties). A previsão do Plano de Negócios e Gestão da companhia para o período de 2018 a 2022 é gerar mais R$ 130 bilhões em participações governamentais a partir da produção nessa província, que se estende pelas Bacias de Campos e Santos.