Tem homenagem a Steven Spielberg hoje no MAM. Ocupado neste momento com a adaptação do romance “O sequestro de Edgardo Mortara” e com a refilmagem do musical “West side story”, o cineasta emplacou dois sucessos este ano no circuito brasileiro: “The Post – Guerra secreta”, cujo faturamento global beirou US$ 180 milhões, e “Jogador nº1”, que arrecadou US$ 581 milhões. Ambas as cifras pavimentam a estrada milionária que o diretor de 71 anos começou a construir a partir do fenômeno “Tubarão”.
Com base em romance de Peter Bencheley, roteirizado pelo próprio escritor, em parceria com Carl Gottlieb, “Jaws” (título original) foi um projeto de US$ 7 milhões – o que, na década de 1970, era um valor altíssimo a ser confiado nas mãos de um jovem diretor – lançado em 20 de junho de 1975 nos EUA e no Natal daquele ano aqui. Contabilizou US$ 470 milhões nas bilheterias, conquistou três Oscars - de Melhor Som, Montagem e Trilha Sonora – e consagrou o conceito de blockbuster (arrasa quarteirão) ao transformar as férias escolares do verão americano (maio, junho e julho) no período ideal para superproduções de ação e aventura. Todas as suas conquistas serão passadas em revista em um colóquio na Cinemateca do Museu de Arte Moderna, esta noite, logo após a projeção deste clássico moderno, em uma cópia restaurada digitalmente em 4K, agendada para 18h30.
A sessão será também um tributo póstumo a dois grandes atores. Complementada por um debate com integrantes da Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro (ACCRJ), a exibição seguida de bate-papo homenageia Roy Scheider (morto há 10 anos) e Robert Shaw (que morreu há 40 anos).
Na trama, rodada em Massachusetts, com cenas de praia na Califórnia, Scheider vive o policial Martin Brody, um xerife que não gosta de mar, mas aceita se mudar para o litoral a fim de dar a seus filhos uma vida mais pacata. Mas o ataque de um tubarão branco vai ameaçar a paz do local. Um biólogo marinho (Richard Dreyfuss) tentará auxiliar o policial. Mas é um veterano lobo do mar, o pescador Quint (Shaw), quem vai se oferecer para fisgar a criatura – batizada de Bruce nos bastidores, em referência maldosa ao advogado de Spielberg - numa narrativa regada a litros de adrenalina e aos acordes do compositor John Williams. A maioria dos takes foi feita com a câmera na mão da equipe de fotografia.
*Roteirista e presidente da ACCRJ