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Mostra de teatro lambe-lambe entra na programação da Caixa Cultural

Com curadoria e direção de Murilo Cesca, 'Olhar atento' revela a magia do teatro em miniatura

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A Caixa Cultural Rio de Janeiro recebe de 5 a 8 de julho de 2017 (quarta-feira a sábado), a mostra de teatro lambe-lambe 'Olhar atento'.

Nesse gênero teatral, também chamado de teatro em caixa ou teatro em miniatura, um único espectador por vez confere uma encenação de curta duração, que acontece em uma pequena caixa preta preenchida por bonecos e elementos cênicos em escala reduzida, manipulados por artistas bonequeiros. 

As histórias do teatro em miniatura, com 2 a 5 minutos de duração, revelam a inquietação do artista ao vivenciar e experimentar o formato. “O teatro lambe-lambe tem uma relação pessoal e direta com o espectador, o que difere do teatro convencional. Muitas vezes, por estar na rua ou locais públicos, acaba se apresentando como um encontro, um respiro e desvio do cotidiano. Essa caixa mágica onde se passa uma curta narrativa, vista apenas através de um furo, desperta no espectador a curiosidade diante de um segredo, que ao ser revelado, mostra-se um universo de infinitas possibilidades. Isso faz do público transeunte cúmplice da obra apresentada”, afirma Murilo Cesca, curador e diretor da mostra.

Surgido no final da década de 80, na Bahia, pelas mãos das atrizes e bonequeiras Ismine Lima e Denise Di Santos, o teatro lambe-lambe se espalhou pelo Brasil e por países como México, Argentina, Chile e França, onde já existem festivais dedicados unicamente a esse tipo de arte. O nome faz alusão aos antigos fotógrafos lambe-lambe, do início do século XX, que percorriam as ruas tirando fotos com uma caixa preta coberta por um pano. Adaptada para as artes cênicas, a caixa ganhou duas aberturas laterais de onde os animadores manipulam os objetos cênicos, enquanto o solitário espectador acompanha o que se passa dentro do reduzido espaço através de um olho mágico. 

'Olhar Atento' reúne dez caixas manipuladas por bonequeiros do Brasil, da Argentina e do Chile. A cada dia, estarão em cartaz sete histórias, sendo seis fixas: Agustino Peixe Grande, de Raquel Mützenberg; Domador de nubes, de Romina Navarro; Bladimir, de Gabriela Céspedes; Afuera, de Camila Landón; e Me voe e A história do meio do mundo, de Murilo Cesca.

Completando a programação, a mostra traz, ainda, quatro caixas do artista Sérgio Biff, que se alternarão, uma por dia, como a sétima atração do evento. Carioca, Sérgio se dedica há sete anos ao teatro lambe-lambe, se apresentando em praças, eventos, escolas e ruas do Rio. Uma de suas caixas, Samba na Caixinha, traz em miniatura nomes ilustres do samba como Pixinguinha, Ivone Lara, Noel Rosa, Donga, Dona Zica e outros. Além dela, Sérgio irá expor outras três criações de seu repertório: Zicartola, bem na foto; Cinemagéia; e A sopa acabou!. 

O curador

Murilo Cesca é ator, artesão, diretor, produtor e criador com 15 anos de carreira. Seu primeiro contato com a artesania foi em Ribeirão Preto, São Paulo, com o artista plástico Eurico Rezende. Ao lado de Rezende, iniciou sua pesquisa de materiais (papel, arame, gesso e pedra sabão) e escultura, criando as máscaras para a adaptação dos clássicos 'Volpone', de Ben Johnson, em 2002, e 'Otelo', de Willian Shakespeare, em 2004, no Espaço Cultural Santa Elisa (SP). Em 2006 mudou-se para Curitiba e estudou máscara neutra e comicidade com Mauro Zanata. Participou, ainda, da formação do Grupo Omundô, dirigido por Plinio Silva e Liane Guariente e foi um dos criadores e realizadores da Mostra (i)Marginal de Curitiba 2007/2009 e da Mostra SonoraCena, em 2014.

Iniciou sua carreira no teatro autoral como criador, em 2008, no espetáculo 'Teatro Quase Mudo' sob a orientação do palhaço espanhol Pepe Nuñes. De 2011 a 2014, integrou o elenco do Grupo Arte da Comédia dirigido pelo mestre italiano Roberto Innocente. Em 2015, participou do Laboratório Plan B de Marionetas sob a direção da artista russa Natasha Belova em Santiago do Chile, onde criou a caixa 'Me Voe', onde está representada toda sua obra criativa em quase dez anos de pesquisas com máscaras, teatro de formas animadas e comicidade. Ainda no Chile, Murilo passou a desenvolver sua pesquisa voltada ao teatro autoral feito à mão e a humanidade dos materiais.

Ficha técnica das histórias

'Afuera', de Camila Landón (Chile). Duração: 3 minutos e 35 segundos

Sinopse: Um instante na vida de um ser humano observado por ter uma deficiência.

'A história do meio do mundo', de Murilo Cesca. Duração: 3 minutos

Sinopse: Meio do mundo é um lugar no miolo do umbigo da terra, condução significante para além do centro, o meio como através.

*A caixa será manipulada por um dos dez participantes de uma oficina gratuita de criação de teatro lambe-lambe, realizada com os alunos do Instituto Nossa Senhora do Teatro.

'Agustino Peixe Grande', de Raquel Mützenberg (Brasil). Duração: 2 minutos e 17 segundos

Sinopse: A margem do Rio é o palco da crônica em que Agustino pesca peixes, crustáceos, ideias, sentimentos e desejos.

'Bladimir', de Gabriela Céspedes (Argentina). Duração: 2 minutos e 30 segundos

Sinopse: A história de um conde Drácula em meio a um suspense com noite e escura e sombras.

'Domador de nubes', de Romina Navarro (Argentina). Duração: 2 minutos e 52 segundos

Sinopse: A história de um homem que vem do centro da terra em busca de água e encontra uma nuvem. Ele solicita que a nuvem traga chuva, mas ela não quer.

'Me voe', de Murilo Cesca (Brasil). Duração: 3 minutos

Sinopse: Santiago é um oficial solitário que redescobre sua alma de pássaro em um apartamento invadido por pombas.

'Samba na Caixinha', de Sérgio Biff. Duração: 2 minutos

Sinopse: Quando o samba e a prática dos rituais africanos sofriam repressão policial, uma negra chamada Tia Ciata fazia encontros musicais em sua casa.

'A Sopa Acabou!', de Sérgio Biff. Duração: 1 minuto e 30 segundos

Sinopse: A importância da água todos sabem, mas o uso consciente ainda não chegou à maioria.

'Cinemagéia', de  Sérgio Biff. Duração: 2 minutos

Sinopse: Se o público não vai ao cinema, o cinema vai até ao público neste formato de cinema de caixa.

'Zicartola, bem na foto', de Sérgio Biff. Duração: 2 minutos

Sinopse: A partir da foto de umas das capas de disco do compositor Cartola, onde aparece ao lado de sua companheira Dona Zica, surge uma comunidade animada pelo Teatro de Bonecos.

Ficha técnica

Direção e curadoria: Murilo Cesca

Produção: Parnaxx Ltda

Produção Local: Jéssica Leite

Projeto Gráfico: Vítor Villarinho

Atores\bonequeiros:  Camila Landón, Gabriela Céspedes, Murilo Cesca, Romina Navarro, Raquel Mützenberg, Sérgio Biff e um a ser definido pela oficina no Instituto Nossa Senhora do Teatro

Serviço: 'Olhar atento'

Data: 5 a 8 de julho, de quarta-feira a sábado, das 11h às 13h e das 15h às 17h

Duração: 2 a 4 minutos cada caixa/encenação

Local: Caixa Cultural Rio de Janeiro (Sala Margot) - Avenida Almirante Barroso, 25 – Centro 

Entrada franca

Classificação Indicativa: Livre

Acesso para pessoas com deficiência

Telefone: (21) 3980-3815