Depois de ganhar o prêmio de melhor cena curta do Festival de Teatro Universitário de 2016 (FESTU), a peça Chão de pequenos chega à CAIXA Cultural Rio de Janeiro para quatro apresentações, de 11 a 14 de maio de 2017 (de quinta a domingo), às 19 horas, com ingressos a preços populares. A capital carioca é a primeira cidade a receber a premiada montagem da Companhia Negra de Teatro após sua estreia no Festival de Curitiba. A temporada tem patrocínio da Caixa Econômica Federal e Governo Federal.
No palco, é contada a história de dois jovens marcados pela orfandade e pelo abandono da própria família. Um queria ser piloto de corrida. O outro gostava de ouvir a quietude. Vieram da terra onde, afirmam alguns, as crianças já nascem mortas ou envelhecem ainda meninos: da rua. A fábula dos dois garotos revela a importância da empatia, do diálogo e do afeto em uma sociedade atualmente marcada pela intolerância e pelo preconceito.
“Chão de Pequenos é um trabalho sobre adoção, abandonos e aquilo que se des-abandona” explica Ramon Brant, que dá vida a um dos protagonistas da peça. Felipe Soares, com quem contracena, complementa: “Porque fala, antes de tudo, sobre amizade, sobre o cuidado no trato com o outro, sobre querer ser visto em um mundo de visão anestesiada, sobre querer nos ver. Existimos por causa dos outros, para os outros, por nós”.
Com direção de Tiago Gambogi e Zé Walter Albinati, Chão de pequenos é apenas o primeiro trabalho na trajetória da Companhia Negra de Teatro. A peça foi inicialmente criada como cena curta, tendo sido premiada na 6ª edição do FESTU, o que garantiu o financiamento para sua montagem como espetáculo e sua estreia no Festival de Curitiba. Toda a dramaturgia é baseada em histórias reais, dentro de um intenso processo de pesquisa no qual foram realizadas entrevistas com várias famílias e pessoas que têm relação com o tema da adoção.
Outro destaque é a trilha sonora. De autoria do músico Barulhista, ela constrói uma camada essencial na narrativa a partir de sons urbanos e cotidianos mesclados aos áudios das entrevistas gravadas. Já os figurinos, assinados por Bárbara Toffanetto, chamam atenção por serem inspirados por encontros com garotos que vendem balas nos sinais de trânsito de Belo Horizonte.