Imagine ser trancafiado dentro de instituições para doentes mentais e não ser um doente? Essa experiência foi vivenciada pelo carioca João Vasconcellos que, por cinco anos, tomou remédios pesados contra um diagnóstico errado de esquizofrenia-paranóide. Na verdade, João era dependente químico e vivia abusando de álcool e cocaína, o que lhe causava confusões. ‘Pensão Margaridas’ – nome dado por conta da instituição em que viveu por dois anos e sete meses, no Rio de Janeiro - é uma obra que desperta o interesse não só de leitores ávidos por uma singular história de vida, mas de profissionais que precisam saber como ser mais humanos no tratamento de doentes mentais.
Segundo o autor, recomeçar a vida do zero aos 36 anos de idade foi "uma experiência e tanto". Mas, se a demolição foi rápida, a reconstrução também o foi. Tanto é que, por conta do tratamento literário dado ao tema, o livro concorrerá ao Prêmio Jabuti- 2016, na categoria romance. João, comerciante e empresário, não toma medicamentos. É saudável e leva uma vida normal.