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Escritos do uruguaio Carlos Liscano na prisão serão publicados

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Agência AFP

PARIS - Cuidadosamente guardados durante 25 anos, os manuscritos do romancista Carlos Liscano redigidos na prisão durante a ditadura militar no Uruguai finalmente serão publicados no fim deste ano, informou o escritor à AFP.

Liscano, um ex-militante tupamaro que passou 13 anos atrás das grades e que atualmente dirige a Biblioteca Nacional do Uruguai, fez da escrita uma maneira de fugir da rotina na prisão.

Os manuscritos - cerca de 500 folhas - ficaram duas décadas guardados e quem convenceu Liscano a publicá-los foi a pesquisadora francesa Fatiha Idmhand.

Muitas anotações foram a semente de livros que viria a publicar mais tarde, como "El furgón de los locos", onde descreve a experiência da tortura e da prisão, e o "Ejercicio de impunidad", que documenta a luta do poeta argentino Juan Gelman para encontrar a neta desaparecida.