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O biólogo Richard Rasmussen se depara com animais perigosos no SBT

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Paulo Ricardo Moreira, Jornal do Brasil

RIO DE JANEIRO - Uma aventura com começo, meio e fim. Era tudo o que o biólogo Richard Rasmussen sonhava na TV. De um quadro de 15 minutos na Record, o Selvagem ao extremo, ele pulou para um programa de uma hora de duração no SBT, sua nova casa, onde apresenta o Aventura selvagem aos sábados, às 22h15. Com mais tempo para mostrar suas expedições, o biólogo quer trazer ao público mais conhecimento sobre a fauna e a flora. Nem que para isso tenha que segurar um jacaré, capturar uma caranguejeira ou nadar com uma baleia franca de 18 metros de comprimento. Para ele, faz parte do show.

Tenho que fazer algo para segurar o público, usar as ferramentas que tenho para deixá-lo ligado. Mas acho que o programa cumpre um papel importante de conteúdo diz ele, que já se trancafiou numa casa com morcegos hematófagos e chegou a ser mordido pelos mamíferos voadores. Foi uma experiência única, a mais estranha que já tive.

Oito edições gravadas

O paulista Richard Rasmussen, de 40 anos, trocou a Record pelo SBT graças ao diretor Paulo Nicolau, que fora seu chefe na antiga emissora, onde trabalhou por seis anos. Quando Nicolau se transferiu para o canal de Silvio Santos no ano passado, convidou o biólogo para apresentar um programa próprio.

Não tenho nada a dizer contra a Record, mas lá eu estava limitado. Eles não tinham intenção de fazer algo maior que um quadro, mas eu sentia que podia fazer mais.

Desde o fim do ano passado, Richard já gravou oito edições de Aventura selvagem. Acabou de viajar para a República Dominicana. As próximas viagens internacionais já estão programadas: Sibéria, Congo, Indonésia e Madagascar. Sua ideia é percorrer os quatro continentes em busca de animais exóticos, mas sempre dando enfoque aos aspectos culturais e históricos de cada região a ser explorada.

A diferença agora é que tenho que gerar uma quantidade maior de conteúdo para um programa de uma hora. Provavelmente, vou voltar a alguns lugares que já visitei conta o biólogo, que viaja com uma equipe de 20 pessoas.

Ele garante que, assim como o público, também se surpreende com suas aventuras:

Toda pessoa tem uma natureza de biólogo, está sempre observando algo. O que eu faço é ajudar na interpretação, traduzo para o público o que o animal está fazendo. Aprendo o tempo todo.

Diferentemente de um programa tradicional, o roteiro do Aventura selvagem é feito depois que as imagens são captadas. Primeiro, a equipe grava; só depois vem o texto.

Não posso marcar uma entrevista com uma serpente. Tenho que esperar ela aparecer. Mas 80% do que faço estão programados, o resto é surpresa. Sempre surgir outro bicho.

A estreia, no último sábado, teve média de 7 pontos e pico de 10, elevando a audiência do SBT no horário. Richard ficou feliz com o resultado, mas garante que a audiência não é sua maior preocupação. Para ele, o programa tem que se esmerar na informação.

Não pode haver erro. Por isso, tenho mais cinco biólogos que trabalham comigo. Minha obrigação é fazer um bom programa, com qualidade técnica e conteúdo. Abri mão de outros projetos para me dedicar a este programa.

No episódio que vai ao ar neste sábado, às 22h15, Richard se aventura na Serra da Canastra, em Minas Gerais, onde encontra o lobo-guará, o tamanduá-bandeira e uma jararaca, além de estrear o quadro Zoológico amigo, no Parque das Aves, em Foz do Iguaçu.