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"Desejo e perigo": Elegância, sexo e poder

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Rubens Lima Jr., Jornal do Brasil

RIO - O taiwanês Ang Lee é um dos melhores diretores da atualidade, principalmente por sua habilidade em trabalhar com diversos estilos. Desejo e perigo confirma mais uma vez a sua versatilidade. Desta vez, ele se baseia no livro da chinesa Eilen Chang, adaptando com absoluto rigor estilístico uma história de amor e espionagem passada na Segunda Guerra Mundial, numa China dominada pelos japoneses.

Há altíssimas doses de sexo (quase) explícito, mas com uma total elegância nos enquadramentos. Tudo é pensado milimetricamente, em movimentos que se alternam de forma brutal e sensual como há muito não se via no cinema.

Fazendo uma inteligente metáfora unindo o sexo e o poder, Ang Lee transforma tudo num jogo de psicodrama entre os personagens. A reconstituição de época é brilhante, bem como os desempenhos de todos do elenco. Vencedor do prêmio de melhor filme do Festival de Veneza 2007 e indicado ao Globo de Ouro, o filme só peca pela longa duração mais de duas horas e meia.

A trama em alguns momentos acaba evoluindo muito lentamente, em especial nas partes de espionagem. É cinemão de qualidade, mas para ser visto com o olhar e a mente descansados.