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'Surf adventures 2': gênero está dando onda

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Carlos Helí de Almeida, Jornal do Brasil

RIO - Visto por cerca de 250 mil brasileiros quando foi lançado, em 2002, Surf adventures O filme, dirigido por Arthur Fontes, fez o mercado acreditar que o público dos documentários sobre o assunto não se limitava aos praticantes ou admiradores do esporte. Era de se esperar uma continuação da jornada em busca da onda perfeita , mote do filme do longa-metragem da Conspiração Filmes. Roberto Moura, que produziu o filme de Fontes, assina a direção de Surf adventures 2 A busca continua, que chega nesta sexta-feira ao circuito carioca. Grandes nomes do surfe nacional e estrangeiro visitam novas praias ao redor do mundo, incluindo as da Austrália, México, Peru, Chile, Taiti e até o Brasil, onde alguns convidados da produção descobriram o poder da pororoca, encontro das águas do Rio Araguari, no Amapá, com as do mar.

Rodado com a ajuda de câmeras Super 16mm, algumas delas acopladas ao bico das pranchas, A busca continua registra performances e malabarismos de encher os olhos de surfistas e admiradores do esporte. Nele, Moura reúne a nata dos praticantes da modalidade, como Marcelo Trekinho, Phil Rajzman, Raoni Monteiro, Fábio Gouveia e Adriano Mineirinho. Entre os estrangeiros estão o americano Kelly Slater, nove vezes campeão mundial, o havaiano Andy Irons, tri campeão mundial, e Mick Fanning, campeão mundial de 2007.

Procuramos mesclar os surfistas do primeiro filme com uma molecada nova que esta vindo com tudo explica Moura.

As primeiras imagens de 'A busca continua' foram registradas em outubro de 2005. Como se mantém a continuidade e a integridade da proposta de um documentário que levou anos para ficar pronto?

- Fazer um documentário de surfe em diversas locações do mundo acaba consumindo um certo tempo mesmo. Tivemos que ir ao Tahiti, por exemplo, por três vezes. Cada etapa levava em torno de 20 dias. Durante os intervalos planejávamos a próxima viagem com o maior cuidado, para não darmos um tiro errado. E também teve a espera por patrocínio...

Esta nova busca apresenta novidades tecnológicas, como câmeras coladas às pranchas...

- Nossa ideia era mostrar ao público o ponto de vista do surfista.

Os números do documentário do Fontes parecem sugerir que o filme de surfe não é atraente apenas ao fã do esporte. Como explica o fenômeno?

- Temos 8 mil quilômetros de costa e sol quase o ano inteiro. Também acho que o fenômeno está ligado à busca das pessoas por filmes mais leves, com o qual possam se desligar do mundo ouvindo uma boa música e curtindo um belo visual.

Pode se dizer que o filme de surfe é um gênero em si?

- Claro que sim. Já viu algum filme de surfe? Isso é um segmento muito forte no exterior e em franco crescimento aqui no Brasil.

O roteiro de praias e ondas de 'A busca continua' é enorme. Que critérios foram usados?

- Primeiro, não quisemos repetir locações do primeiro filme. O Taiti era um velho sonho meu. Era para ter entrado no primeiro filme, mas tivemos que adiar a ideia por causa de verba. Também sempre quis fazer uma barca com os surfistas no litoral entre o Rio de Janeiro e São Paulo. Desta vez pude produzir estas duas viagens e fiquei feliz com o resultado. A pororoca, no Amapá, foi a surpresa: quase desisti de ir, a princípio, mas fui convencido pelo produtor do filme. Foi fantástico surfar num lugar como aquele.

E o elenco de surfistas? Como se deu a escalação dos craques?

- Procuramos mesclar os surfistas do primeiro filme, como o Phil (Rajzman), o (Marcelo) Trekinho e o Fábio Gouveia, com novos como o Ítalo e o Jadson André.

Diferentemente do primeiro 'Surf adventures', 'A busca continua' tem narração bem-humorada do Hélio de la Peña. Por que esta opção?

- Claro que não. Na verdade, se você observar os grandes filmes de surfe tem uma narração em off. E a narração do Hélio foi um achado. Ficamos muitos satisfeitos com o resultado.

Podemos esperar uma nova 'busca'? A busca é eterna!

Afinal, qual é a onda perfeita?

- São tantas... Como disse, a busca pela onda perfeita é eterna. Agora mesmo acabaram de descobrir uma onda fantástica na Namíbia.