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Grupo norueguês A-ha conta como sobreviveu às brigas dos integrantes

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Braulio Lorentz, Jornal do Brasil

RIO - Fundadores do A-ha, o guitarrista Paul Waaktaar-Savoy, 47 anos, e o tecladista Magne Furuholmen, 46, não se preocupam em disfarçar os atritos agravados desde o surgimento da banda em Oslo, na Noruega, em 1982. Juntos ao vocalista Morten Harket, 49, venderam mais de 30 milhões de CDs e instauraram na música pop uma estética eletrônico-romântica que fincaria estaca no mercado fonográfico. Faziam parte de uma leva de grupos nos quais a guitarra era apenas um detalhe entre eles Bolshoi, Alphaville e Depeche Mode. Hoje, preferem gravar entrevistas e fazer canções distantes um do outro. Uma pena, quando se lembra que hits como Take on me, Hunting high and low, Scoundrel days e Cry wolf foram escritas em parceria.

Infelizmente, essa é a verdade conforma-se Furuholmen, em entrevista ao Jornal do Brasil, antes da quarta vinda do grupo ao país, incluindo show nesta quinta-feira no Rio, no Citibank Hall, na Barra da Tijuca.

Waaktaar complementa:

Sempre tivemos nossas diferenças. Compromissos com a imprensa podem ser mais complicados para serem feitos com todos juntos. Separados, tendemos a ficar menos no piloto automático. Sempre optamos por fazer a maioria das composições individualmente.

Chris é um cara engraçado

Waaktaar lançou seis álbuns solo e Harket se dedicou a quatro discos sem os parceiros. Menos prolixo do que seus companheiros, Furuholmen decidiu-se pela variação em trabalhos que vão de pinturas e esculturas a trilhas para TV.

Em 2004, o tecladista gravou Past perfect future tense, com luxuoso auxílio do Coldplay. O trio tem fãs famosos, que não deixam a paixão pelas gemas do grupo entre as paredes de seus quartos. Um deles é Chris Martin. O líder do Coldplay tinha o costume de cantar Hunting high and low em seus shows.

Chris é um cara engraçado. Toda vez que ele me encontra cantarola alguma música do A-ha recorda Furuholmen. - Já até toquei Hunting high and low com o Coldplay no último show deles na Noruega. Ele foi gentil ao dizer que aquele foi um dos pontos altos da vida dele. O Coldplay é bastante generoso e apoiou o A-ha antes que isso passasse a ser legal.

As passagens pelo Brasil incluem vindas em 1989, show no Rock in Rio 2, em 1991, e passagem pelo país em 2007. Na primeira delas, na Praça da Apoteose, no auge do grupo, chegou a circular a versão de que parte do instrumental era todo em playback. Isso porque no meio da execução de uma música o som do palco e do PA pararam, mas eles continuaram tocando. Só um minuto depois teriam reparado.

Já fizemos farras boas para c... e espero mais coisas parecidas com as que aconteceram das últimas vezes brinca Furuholmen. O que pretendemos dar como retribuição é uma brisa fresca das montanhas, um mergulho num lago frio da floresta, o som solitário da tundra (vegetação típica norueguesa). Pode me interromper agora...

E por qual motivo decidiram interromper as atividades em 1994 e só retornar após seis anos de rompimento, com o disco Minor earth major sky?

Durante esse tempo existiram vários projetos solo que são uma parte importante da nossa engrenagem criativa argumenta o guitarrista.

Os shows no Brasil (além do Rio, eles tocaram em São Paulo) têm repertório focado em Analogue, disco lançado no já distante 2005. Os hits, claro, não ficam de fora. Não por falta de tentativa.

Take on me é difícil de ser deixada de fora. Já tentamos, mas acaba voltando diz Furuholmen, acrescentando que o novo trabalho do trio sai em setembro e músicas novas podem surgir no set list.