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Simply Red abriu as portas para o guitarrista brasileiro Heitor TP

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Braulio Lorentz, Jornal do Brasil

RIO - Há 22 anos, ao sair de Niterói rumo a Londres para depois se estabelecer em Los Angeles, o guitarrista Heitor TP mudou não só de vida. A convivência com Mick Hucknall e o Simply Red, do qual foi um dos integrantes entre 1988 e 1997, fez com que o hoje produtor e compositor de trilhas de filmes hollywoodianos trocasse de nome.

O Mick sempre falava Heitor Pereira quando me apresentava. Talvez para ele soasse mais exótico. Eu nunca me preocupei. No Brasil sou TP e aqui Pereira. Mas sempre o mesmo cara garante.

A carreira solo virou coisa de cinema a partir da parceria com o compositor alemão radicado nos Estados Unidos Hans Zimmer:

Tudo começou por causa dele e do filme Melhor é impossível. Precisavam de algumas canções brasileiras e o Hans escutou meu trabalho e me convidou para compor músicas pensando no filme. Até participei de algumas cenas. Foi assim que começou essa história. Hans diz que minhas músicas têm tudo a ver com cinema.

A partir daí veio uma enxurrada de produções de primeira linha, como o tema principal de Uma lição de amor (2001), com Sean Penn.

Gosto de George, o curioso, porque escrevi para a orquestra e produzi as músicas do Jack Johnson. Outro que gostei muito foi Perdido pra cachorro, da Disney. Misturei música mexicana com orquestra.

De cada longa, TP diz que aprende algo. Ele explica que a visão tem que ser sempre diferente.

Admiro a música feita para filmes porque você precisa se reinventar como compositor.

O mesmo pode ser dito dos vários artistas com os quais já trabalhou, de Milton Nascimento a Ivan Lins, passando por Seal e Bryan Adams:

Se você realmente veste a camisa de um outro artista com o qual está tocando, é como escutar com os ouvidos deles. Você vai assimilando isso. Os artistas com quem trabalhei por anos e anos definitivamente têm uma influência enorme na música que faço.