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'Segurando as Pontas' renova o estilo Cheech & Chong de comédia

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Hugo Cals, JB Online

RIO - A movimentação era calma na noite desta segunda-feira no cinema Leblon, na sala dedicada ao festival do Rio. O público reunido estava ali para assistir a comédia Segurando as Pontas (Pineapple Express no original), novo trabalho do irreverente ator Seth Rogen, que ganhou fama no Brasil com filmes como O Virgem de 40 Anos, Ligeiramente Grávidos e Superbad, que também assina o roteiro do filme.

Bebendo na fonte da série de filmes protagonizados pela dupla de humoristas Cheech Marín e Tommy Chong (ou simplesmente Cheech e Chong), Segurando as Pontas, dirigido pelo pouco conhecido David Gordon Green, pode ser definido como um filme do estilo comédia-maconheira , em que o ato de se fumar a erva é o ponto de partida para um enredo absurdo que beira o surrealismo, assim como acontece em outros filmes como Dois Doidões em Harvard (How High), Pra lá de Bagdá (Half-Baked) e Uma Madrugada Muito Louca (Harold and Kumar go to White Castle).


Pôster do filme | Foto:Divulgação

Logo de início, o espectador tem certeza que não assistirá a um filme sério: a trama começa em 1937, ano em que supostamente o governo dos EUA testou os efeitos da cannabis sativa e determinou a ilegalidade da erva.

Seth Rogen, hilário como sempre, protagoniza o filme interpretando um funcionário do poder jurídico, encarregado de entregar mandatos a quem não quer recebê-los, obrigando-o a se vestir com os disfarces mais inusitados. Apesar da simplicidade da tarefa, Dale Danton, nome do personagem de Rogen, adora o que faz já que pode passar o dia acendendo dezenas de baseados.

Quando seu fumo acaba Rogen vai à casa do traficante Saul, interpretado pelo ator James Franco, que interpreta um hippie seqüelado que distancia o ator totalmente do papel sério que o alçou a fama, o melhor amigo de Peter Parker na série de filmes Homem-Aranha, Harry Osborn. Saindo dali, ele pára para fumar outro cigarro de maconha, e ao presenciar um assassinato foge do local e dispensa o seu baseado, permitindo que os criminosos o rastreiem.

A dupla protagoniza o filme e por terem características humorísticas diferentes quem ganha é o público que cai na gargalhada sempre que os dois começam alguma discussão sem nexo ou se metem em situações que por vezes beiram o surrealismo (é só assistir a seqüência em que James Franco rouba um carro de polícia com sorvete espalhado no pára-brisa e dirige com um pé preso no vidro).

Sem levantar a polêmica bandeira da legalização da maconha, o filme posiciona-se de maneira neutra em relação ao tema, sem criticar ou incentivar. Quando for assistir a Segurando as Pontas não espere mensagens ou temas controversos: o filme é diversão do começo ao fim, que algumas horas passeia pelo humor negro, mas sem extrapolar limites, priorizando sempre a gargalhada da platéia.

O filme ainda será exibido no festival do Rio no próximo sábado, dia 4, no Espaço de Cinema 1, nas sessões de 12h e 23h45 e tem estréia nacional marcada para o dia 14 de novembro.