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Mickey Rourke diz que drama de luta livre representa sua vida

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Portal Terra

VENEZA - A competição chegou ao fim com a exibição, hoje de manhã, de The Wrestler, último filme em concurso. E quem diria, foi um final com méritos, especialmente se comparado à programação fraca, com poucas exceções honrosas entre os 21 concorrentes.

O drama do diretor americano Darren Aronofski tem seu grande trunfo na presença do ator Mickey Rourke, que vem aos poucos retomando projetos de visibilidade, como Sin City, depois de se afastar do cinema de grande produção para se dedicar ao pugilismo. Por causa das constantes agressões no esporte, o ator fez várias cirurgias plásticas e seu rosto hoje, perto de completar 52 anos, está irreconhecível e não lembra o jovem galã de Nove Semanas e Meia de Amor.

Seu personagem no filme é um "wrestler", ou seja, um profissional de luta livre que está em decadência e ainda procura manter-se no ringue. Doente, busca se reaproximar da filha (Evan Rachel Wood), que não vê há muitos anos, enquanto flerta com uma dançarina de strip-tease (Marisa Tomei).

- Tenho muito a ver com Randy (o nome do personagem), ele está num momento difícil e tenta se reerguer. Minha vida foi assim; saí do cinema há quinze anos e estou tentando retornar; mas é muito difícil explicar o que é um retorno- disse o ator na entrevista para divulgar o filme.

Rourke completou que gostaria de ter feito um filme sobre luta livre há 20 anos.

- Teria dado outro rumo a minha vida se conhecesse o valor desses lutadores- afirmou.

O interesse pelo universo da luta livre nasceu do encontro do Aronofski com Rourke. Discutiu-se um filme sobre pugilismo, mas o gênero que é bastante explorado no cinema acabou levando ator e diretor a pensar em outro gênero de luta.

- Não sou fã dos wreslter, conhecia pouco e tinha até desprezo por eles; mas ao chegar numa academia para conhecer um pouco mais desse universo, passei a respeitá-los e a entender a razão e o conceito dessa luta- disse o ator.

Para Aronofski, o que interessou foi a possibilidade de discutir a partir desse mundo tão particular e fechado ¿ no sentido de regras próprias e profissionais não muito compreendidos ¿ a questão do entretenimento, do percurso da carreira ascendente e depois em queda tão semelhante à indústria do cinema.E não foi só Rourke que aproximou seu personagem no filme da vida pessoal. Evan Rachel Wood, vista no Brasil no filme Across the Universe, também fez um confissão particular rara nesse tipo de encontro, o que ajudou a dar integridade à entrevista.

- Meu papel ajudou a me reaproximar de meu pai, de quem andava distanciada, e ao contrário do filme, estamos bem agora- concluiu.