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Crítica - O Rei Leão impressiona pelo rigor técnico

Longa é homenageado com um remake em computação gráfica

Divulgação -
Rei Leão
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Nos anos 1990, o departamento de animação da Disney comemorava a recuperação do prestígio de outrora, advinda de sucessos como “Aladdin” (Idem - 1992) e “A Bela e a Fera” (The Beauty and the Beast - 1991), primeiro título animado a concorrer ao Oscar de melhor filme. E em meio a tantos projetos em desenvolvimento, um era considerado irrelevante: “O Rei Leão” (The Lion King – 1994). Mas a história do leãozinho que perde o pai e foge de seu Reino após uma armadilha orquestrada pelo próprio tio conquistou plateias do mundo inteiro, tornando-se um dos maiores sucessos da casa do Mickey. Completando 25 anos de seu lançamento, o longa é homenageado com um remake em computação gráfica que entra em cartaz nesta quinta-feira, dia 18. 

Com direção de Jon Favreau, de “Homem de Ferro” (Iron Man – 2008) e “Mogli – O Menino Lobo” (The Jungle Book – 2016), “O Rei Leão” (The Lion King – 2019) respeita o clássico que o originou, celebrando-o da primeira à última cena. O tom de homenagem invade a sala de exibição já na sequência de abertura, muito parecida com a do filme de Roger Allers e Rob Minkoff, vencedor do Oscar de melhor trilha sonora e canção original (“Can You Feel the Love Tonight”). No entanto, o roteirista Jeff Nathanson acrescenta novos elementos à trama, permitindo que o remake se distancie um pouco da animação de 1994, sobretudo no que tange à construção do núcleo composto por Scar (voz de Chiwetel Ejiofor) e as hienas, que surgem em cena mais ameaçadores e sombrios. 

Apresentando uma história atemporal calcada em temas universais como família, traição e religiosidade, “O Rei Leão” impressiona por seu rigor técnico, mantendo o padrão de qualidade instituído pelo estúdio, que emprega em suas produções o que de melhor a indústria hollywoodiana contemporânea oferece em termos de tecnologia. Com isso, o espectador é exposto a um espetáculo visual que prima por explorar detalhes de personagens e cenários, tendo como aliado o interessante trabalho do departamento de som no que tange aos sons emitidos por cada animal do Reino da Pedra do Rei e do refúgio de Simba (vozes de JD McCrary e Donald Glover). Apesar disso, o filme derrapa na sincronia entre o áudio e os movimentos faciais dos personagens, principalmente em Mufasa, dublado por James Earl Jones, que retorna ao time 25 anos depois e se destaca dentre seus colegas por conceder força e grandiosidade ao Rei. 

Além de Jones, os outros destaques positivos do elenco são Billy Eichner (voz de Timão) e Seth Rogen (voz de Pumba), que assimilam com muita perspicácia as características de seus respectivos personagens. Com isso, a dupla se torna responsável pelos momentos nos quais o humor toma conta de fato da narrativa, garantindo bons momentos, inclusive na recriação da icônica sequência ao som de “Hakuna Matata”. Porém, Beyoncé desaponta como Nala por não conceder a ela energia, força e emoção, inclusive no reencontro com Simba, cantando “Can You Feel the Love Tonight”. 

Macaque in the trees
Rei Leão (Foto: Divulgação)

Chamado pela Disney de live-action, “O Rei Leão” é um remake nostálgico que brinca com a plateia por meio de sua memória afetiva. Mesmo assim, não consegue se equiparar ao clássico, principalmente no que diz respeito à emoção, funcionando por impactar o espectador com imagens que bebem diretamente da fonte do National Geographic.

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leão | rei