SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os principais jornais internacionais noticiaram a morte de João Gilberto neste sábado (6), aos 88 anos, no Rio de Janeiro. Além de o aclamarem como inventor da bossa nova, as publicações também o apontam como o maior responsável pela difusão da música popular brasileira no cenário internacional.
É o que afirmam matérias do alemão Der Spiegel e do americano The New York Times. O primeiro lembrou que "Garota de Ipanema", cuja letra foi a princípio cantada em português pela então mulher do músico, Astrud Gilberto, depois foi por interpretada por artistas do calibre de Frank Sinatra. O segundo declara que Gilberto "ajudou o estilo a se tornar uma febre mundial".
O espanhol El País diz que, mais do que um gênero que ganhou regravações clássicas em todo o mundo, ela rompeu com estereótipo do Brasil como um "país do samba" e deu nova cara aos ritmos criados em território nacional.
O francês Le Monde ressaltou a permanência da combinação de jazz e samba que serve de base para a bossa nova nos ritmos contemporâneos, mesmo seis décadas após a sua invenção. Segundo ele, o gênero "continua presente em tudo que é música, de trilha sonora de elevador às festas rave".
"Em cima do palco, com o pé na cadeira, João Gilberto escreveu importantes capítulos da história da música", afirma a reportagem.
Já o italiano Corrierre della Serra recordou a paixão de Gilberto pelo país, que ele conheceu ainda nos anos 1960, com uma série de shows em Versília e programas para a rádio Rai. De lá, e le regravou sucessos como "Estate", do compositor Bruno Martino.