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Brasileiro 'Bacurau' ganha prêmio do júri, e sul-coreano 'Parasite' leva Palma de Ouro em Cannes

Longa metragem brasileiro é de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles

REUTERS/Regis Duvignau -
Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, premiados em Cannes pelo filme "Bacurau"
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O filme brasileiro "Bacurau", de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, levou o prêmio do júri, o terceiro mais importante do Festival de Cannes. O anúncio foi neste sábado (25). Ele dividiu a honraria com o francês "Les Misérables", de Ladj Ly.

O troféu é uma das grandes vitórias do cinema nacional nessa que é a principal mostra de cinema do mundo e se soma ao feito de "A Vida Invisível de Eurídice Gusmão", de Karim Aïnouz, premiado como melhor filme da seção Um Certo Olhar nesta mesma edição.

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Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, premiados em Cannes pelo filme "Bacurau" (Foto: REUTERS/Regis Duvignau)

"Queria mandar um beijo para o povo do Recife e do Brasil", disse Kleber no palco, em português. Ao seu lado, Dornelles dedicou o prêmio a "todos os trabalhadores do Brasil, da ciência, da educação e da cultura". "Bacurau" estreia em 30 de agosto.

A Palma de Ouro, principal troféu da mostra, foi para "Parasite", do sul-coreano Bong Joon-ho, uma sátira sobre abismos sociais entre duas famílias, uma rica e outra pobre.

Já o grande prêmio (Grand Prix) ficou com "Atlantique", da franco-senegalesa Mati Diop. Diretora estreante, ela conta história de uma jovem de Dakar prometida em casamento que acaba se apaixonando por um rapaz que sonha em migrar para a Europa.

Neste ano, quem presidiu o júri foi o mexicano Alejandro González Iñárritu, primeiro latino-americano no posto.

Os jurados também deram o prêmio de direção aos veteranos Jean-Pierre e Luc Dardenne, que em "Le Jeune Ahmed" contam a história de um jovem de origem árabe que opta pela radicalização islâmica na Bélgica.

Nas categorias de atuação, a inglesa Emily Beecham, de "Little Joe", foi escolhida como a melhor atriz por sua interpretação como uma cientista que desenvolve uma planta capaz de exalar um aroma para deixar as pessoas felizes.

Como ator, o premiado foi Antonio Banderas que viveu um atormentado cineasta de meia-idade em "Dor e Glória", longa semiautobiográfico de Pedro Almodóvar.

Favorito ao prêmio principal, "Portrait de La Jeune Fille em Feu", da francesa Céline Sciamma, ficou apenas com o de roteiro por sua história sobre o envolvimento entre uma pintora e a jovem que ela é incumbida de quem é incumbida de fazer um retrato.

O palestino Elia Suleiman recebeu a menção especial do júri por "It Must Be Heaven", sátira que o traz nas ruas de Nova York e Paris num ensaio sobre identidade.

A Caméra D'Or, dedicada a diretores estreantes, foi para as mãos de Cesar Díaz, de "Nuestras Madres", história sobre a guerra civil na Guatemala. A obra integrou a seção Semana da Crítica, paralela à programação oficial.

A Palma de melhor curta-metragem ficou com "The Distance Between The Sky and Us", do grego Vasilis Kekatos. E o argentino "Montruo Dios", de Augustina San Martín, recebeu a menção especial.

Ao longo da história, o Brasil só levou a Palma de Ouro uma única vez, em 1962, por "O Pagador de Promessas", de Anselmo Duarte. E em 1969, Glauber Rocha venceu como melhor diretor por "O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro".

Também já foram premiadas em Cannes as atrizes Fernanda Torres, por "Eu Sei Que Vou Te Amar" (1986), e Sandra Corveloni, por "Linha de Passe" (2008).

(Por GUILHERME GENESTRETI)

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