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Crítica - Brightburn - Filho das Trevas: E se o Super-Homem fosse do mal?

*** - Bom

Divulgação/Sony Pictures -
O jovem Jackson A. Dunn vive um poderoso e violento alienígena em 'Brightburn - Filho das trevas'
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As grandes editoras dos quadrinhos sempre investem em novas visões de seus principais super-heróis, colocando-os em situações diferentes e até inusitadas em relação ao cânone e à cronologia de suas histórias. O Super-Homem, um dos maiores personagens da DC Comics, tem como uma de suas melhores HQs a reinterpretação de sua origem em “A foice e o martelo” (de Mark Millar, responsável por “O procurado”, “Kick-Ass” e “Kingsman”, todas adaptadas às telas), que imagina como teria sido a trajetória do Homem de Aço se sua nave tivesse caído na então União Soviética.

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O jovem Jackson A. Dunn vive um poderoso e violento alienígena em 'Brightburn - Filho das trevas' (Foto: Divulgação/Sony Pictures)

Há também releituras não oficiais dos heróis, como é o caso de “Brightburn – Filho das trevas”, filme produzido por James Gunn (diretor dos filmes “Guardiões da galáxia”), que também destaca a história inicial de um ser poderoso vindo do espaço, assim como o herói de Kripton. O diferencial da produção dirigida por David Yarovesky, com roteiro de Brian Gunn e Mark Gunn (respectivamente, irmão e primo de James), é imaginar um protagonista voltado para o mal, o oposto do Super-Homem original.

Assim como os Kent, os pais adotivos do Homem de Aço, o casal Tory (Elizabeth Banks) e Kyle Breyer (David Denman) deseja ter uma criança, mas sem sucesso. O milagre chega do céu quando uma nave trazendo um bebê cai em sua fazenda, em uma pequena cidade norte-americana. Doze anos depois, a família vive feliz com Brandon (Jackson A. Dunn), o filho adotado do espaço. Mas, instigado por sinais da nave escondida no celeiro, o garoto começa a descobrir seus poderes.

Após o prólogo, a produção torna-se um filme de suspense e terror clássico, com bons momentos tensos, promovendo diversos sustos, tudo pontuado com a trilha sonora características do gênero. E há muito sangue. Aos poucos, Brandon se revela um violentíssimo serial killer iniciante – um ótimo trabalho do jovem Jackson A. Dunn, equilibrando inocência e grande fúria. Ele cria um uniforme e vai eliminando quem não o agrada, iniciando um projeto de dominar o mundo.

O investimento quase total no crescente clima de terror deixa o filme com pequenas falhas – incomoda, por exemplo, a demora dos Breyer em perceber as mudanças visíveis do filho, mesmo sabendo de suas origens. E o personagem central poderia ter melhor desenvolvimento, mostrando de forma mais clara sua natureza e as razões da revolta contra o mundo – há alguns momentos de bullying na trama que poderiam ser uma explicação.

“Brightburn” é uma boa produção de origem e alguma das questões que ficaram pendentes podem ser melhor resolvidas com continuações da história, caminho aberto com as cenas pós-créditos.