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Efeito dominó bizarro e surreal

COTAÇÃO: º (Péssimo)

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O que escrever sobre um filme em que o protagonista perde toda a família e pode ressuscitar quase todos (menos um), mas ele resolver decidir escrevendo nomes no papel e colocando numa cumbuca para o sorteio? “Cópias – De Volta à Vida” é mais surreal que essa cena da produção. Uma decisão estapafúrdia segue por uma besteira que termina numa estupidez e vira um ato surreal. Assim segue o “roteiro”.

O esqueleto de roteiro consiste em um acidente de carro onde morre a família de Will Foster (Keanu Reeves), um neurocientista que trabalha em um projeto secreto e fica obcecado em trazê-los de volta, já que o projeto que trabalha é resgatar mentes em robôs. O roteirista ou produtor devem ter pensado em como seria besteira gastar com efeitos especiais se a clonagem resolveria tudo de forma mais barata e com um desafio a mais para o cientista. Will resolve desafiar as leis da natureza, do bom senso e da mais básica aula de roteiro para criar um efeito dominó bizarro e surreal.

O título já deixa claro que eles retornam, mas nada é simples em “Cópias” (que evita um caminho como o de “Cemitério Maldito”) e prefere apostar na genialidade do cientista em apagar a memória da família para não perceber que uma das crianças não voltou à vida. Will só esquece que durante os dias da clonagem: vizinhos, colegas de trabalho e escola darão por falta da família. Também não adianta esconder celular e jogar fora fotografias, vão começar a perguntar pela pessoa desaparecida – além da existência das redes sociais. Os roteiristas apostaram numa descrença coletiva da realidade.

“Cópias – De Volta à Vida” é um dos grandes fiascos do ano que arrasta atores como Keanu, Alice Eve e Thomas Middleditch (sempre excelente em comédias) ladeira abaixo. Uma produção sem salvação.

Tony Tramell é assistente de direção e jornalista

Cotação: º (Péssimo)

Tags:

cinema | crítica | filme