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Crítica - 'Um ato de esperança': A lei do sentimento

*** (Bom)

Divulgação -
Fionn Whitehead e Emma Thompson numa relação estranha e envolvente
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Direção e atores bem alinhados conseguem dar consistência a um filme, mesmo quando ocorre uma falha de roteiro. Esse é o caso de “Um ato de esperança”, de Richard Eyre. O diretor dos memoráveis “Notas sobre um escândalo” e “Iris” reuniu Emma Thompson, Stanley Tucci e o jovem Fionn Whitehead e, dramaturgicamente, fez um filme envolvente.

A trama acompanha o casamento desgastado da juíza Fiona Maye (Thompson), membro da Alta Corte Britânica, com o professor Jack (Tucci). Ela não se interessa mais em viver na intimidade do casal. Para ela, basta a aparência. Sexo é coisa que já não acontece há anos. Cansado, Jack diz a ela que a ama, mas vai ter um caso porque está solitário. Fiona aparentemente está mais preocupada com as decisões que tem nas mãos. Julgar sobre quem morre e quem vive num caso de separação de irmãos siameses e outros temas difíceis que exigem soluções salomônicas.

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Fionn Whitehead e Emma Thompson numa relação estranha e envolvente (Foto: Divulgação)

Quando o casamento desmorona, a juíza enfrenta o caso do menor de idade Adam (Whitehead) que está entre a vida e a morte e precisa receber uma transfusão de sangue, mas ele e seus pais não querem o procedimento por motivos religiosos. Numa atitude que quebra o protocolo, Fiona decide visitar o jovem no hospital e tomar o depoimento dele antes de decidir. O encontro é surpreendente e modificará a vida dos dois.

Embora o roteiro de Ian McEwan deixe na superfície a relação entre Adam e seus pais que poderia enriquecer a complexa visão de mundo do personagem, a relação dele com Fiona é carregada de obscuridade e de afeto. Adam é um rapaz com alma do século XIX vivendo nos dias atuais e a estranha atração dele por Fiona tempera o filme. Para isso, a colaboração de Fionn e Emma é fundamental.

Emma Thompson aproveita todos os recursos que conhecemos dela e faz um trabalho limpo e comovente de uma mulher no topo profissional envolvida por sentimentos genuínos. Essa é a principal chave para aproveitar a experiência de “Um ato de esperança”.

Tags:

cinema | crítica